Ministro acredita que Bruxelas não multará Espanha
Luis de Guindos diz contar com o apoio dos homólogos da Alemanha, França e Itália.
O ministro espanhol da Economia, Luis de Guindos, afirma ter aproveitado a cimeira do G20, na China, neste fim-de-semana, para reunir três importantes apoios no sentido de evitar a aplicação de uma multa, por parte de Bruxelas, a Espanha. A Comissão Europeia decide na quarta-feira se propõe esse tipo de sanção a Espanha, e também a Portugal, por violação dos limites do défice em 2015.
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O ministro espanhol da Economia, Luis de Guindos, afirma ter aproveitado a cimeira do G20, na China, neste fim-de-semana, para reunir três importantes apoios no sentido de evitar a aplicação de uma multa, por parte de Bruxelas, a Espanha. A Comissão Europeia decide na quarta-feira se propõe esse tipo de sanção a Espanha, e também a Portugal, por violação dos limites do défice em 2015.
Em declarações reproduzidas pelo diário El País, Guindos assegurou que os seus homólogos alemão, francês e italiano rejeitam a sujeição de Espanha a qualquer penalização deste tipo.
“Os três ministros são contrários a uma possível proposta de multa a Espanha e, por isso, apoiariam o seu cancelamento”, afirmou o governante aos jornalistas, no final do encontro do G20 em Chengdu. Guindos reiterou que há “razões de peso” para que não seja aplicada tal sanção a Espanha, como o esforço realizado nos últimos anos em prol de um orçamento estruturalmente equilibrado. "O senso comum diz que não haverá multa a Espanha ou Portugal.”
À margem da cimeira, Guindos reuniu-se ainda com o comissário europeu Pierre Moscovici, para discutir o plano de redução do défice espanhol nos próximos dois anos, matéria que a Comissão também vai discutir na quarta-feira. O ministro espanhol disse ter revisto com Moscovici "várias alternativas disponíveis", mas não confirmou se pediu dois anos adicionais para alcançar a meta de 3% prevista nos tratados.
Espanha registou um défice de 5,1% do PIB em 2015 e, segundo o plano de redução em vigor, deveria acabar 2016 com 3,7% e 2017 com 2,5%, algo que se antecipa impossível, a menos que proceda entretanto a cortes adicionais, substanciais, da despesa pública. Guindos também pôs Moscovici a par das dificuldades relativas à formação do novo Governo espanhol e dos últimos dados que apontam para um agravamento das contas públicas do país.
“Tendo em conta estas circunstâncias, é claro que há margem de manobra para alterar o plano em vigor” de redução do défice, sustentou o ministro. O comissário europeu não fez comentários sobre a reunião.
Crescimento revisto em alta
Luis de Guindos acrescentou que, do novo quadro macroeconómico que o Governo em funções está a elaborar, resulta uma revisão, em alta, da previsão de crescimento da economia espanhola neste ano, de 2,7 para 2,9%. “Se o crescimento se mantiver à volta dos 2,5%, alcançar um défice inferior a 3% é perfeitamente exequível”, sublinhou.
O responsável pela pasta da Economia disse contar com a revelação, na próxima semana, de uma descida acentuada do desemprego. Na próxima semana será também conhecida a evolução do crescimento do PIB espanhol, e o ministro recorda que o Banco de Espanha previu um crescimento de sete décimas no segundo trimestre do ano.
Luis de Guindos considerou “fundamental” para Espanha manter um crescimento acima da média europeia e que o país consiga formar um Governo, para dar “confiança” aos agentes económicos.
Notícia corrigida: retirada frase que dizia que Luis de Guindos nunca se referira a Portugal