Movimento islamofóbico alemão Pegida vai criar partido político
A futura formação deverá chamar-se Partido Popular para a Liberdade e a Democracia Directa. Chefe do movimento diz que não pretende fazer concorrência à Alternativa para a Alemanha, de extrema-direita.
O movimento islamofóbico e anti-imigração alemão Pegida, ponta de lança dos protestos contra os refugiados desde há um ano, vai criar um partido político mas não quer fazer concorrência à direita populista do Alternativa para a Alemanha (AfD na signa alemã).
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O movimento islamofóbico e anti-imigração alemão Pegida, ponta de lança dos protestos contra os refugiados desde há um ano, vai criar um partido político mas não quer fazer concorrência à direita populista do Alternativa para a Alemanha (AfD na signa alemã).
A futura formação política deverá chamar-se Partido Popular para a Liberdade e a Democracia Directa (FDDV), anunciou o chefe do movimento, Lutz Bachmann, durante o tradicional encontro organizado no centro de Dresden.
Bachmann justificou a decisão afirmando que a associação na origem do Pegida está ameaçada de interdição pelos poderes públicos – estes estão cada vez mais inquetos pela deriva extremista do grupo.
Bachmann assegurou que o novo partido não fará sombra à AfD, a formação de extrema-direita que nos últimos meses ganhou maior notoriedade e simpatizantes; chegou a ser potencialmente a terceira força política do país, mas nas últimas semanas desceu nas sondagens. "Apoiamos a AfD nas próximas eleições legislativas [no Outono de 2017] e só vamos ter os nossos próprios candidatos em alguns círculos eleitorais", disse Lutz Bachmann.
Afirmou que as relações com a Alternativa para a Alemanha são boas na maior parte das regiões do país, sobretudo onde o partido da direita populista considerou que "só com o apoio" do Pegida o sucesso é garantido. Bachmann esclareceu que não pretende ser candidato ou líder do futuro partido – disse que vai continuar a ocupar-se do Pegida.
Os Patriotas Europeus contra a Islamização do Ocidente (Pegida) lançaram o seu movimento no Outono de 2014 após a realização de manifestações semanais anti-imigração em Dresden. Trata-se de um movimento claramente ancorado na extrema-direita que já foi alvo de vários processos judiciais por incitação ao ódio.
O Pegida é popular sobretudo no Sul da Alemanha e o movimento é o motivo de divisões entre a AfD, onde há dirigentes que querem assumir a proximdiade com o grupo e outros que se querem dissociar totalmente dele.