Four Chords and a Gun, ou os Ramones vão ao teatro

John Ross Bowie criou uma peça sobre o ano que precede End of the Century e que ligou os Ramones a Phil Spector.

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As diatribes nos bastidores da gravação de End of the Century Catherine Betts/Rhino Records/REUTERS

Four Chords and a Gun é uma peça que está em cena em Los Angeles sobre a banda dos quatro Ramone e foi escrita por um Bowie. Troque-se a história por miúdos: John Ross Bowie, actor tornado dramaturgo, quis contar as diatribes nos bastidores da gravação de End of the Century, o álbum que a banda fez com o produtor Phil Spector e que poderia, ou não, dar-lhe um estrelato desmesurado. O que lhe trouxe, provou a história, foi um cisma que marcaria os Ramones para sempre.

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Four Chords and a Gun é uma peça que está em cena em Los Angeles sobre a banda dos quatro Ramone e foi escrita por um Bowie. Troque-se a história por miúdos: John Ross Bowie, actor tornado dramaturgo, quis contar as diatribes nos bastidores da gravação de End of the Century, o álbum que a banda fez com o produtor Phil Spector e que poderia, ou não, dar-lhe um estrelato desmesurado. O que lhe trouxe, provou a história, foi um cisma que marcaria os Ramones para sempre.

É o conflito entre os membros, mas também entre as suas expectativas, que faz a intriga, porque “toda a gente na banda quer ser estrela de rock, mas todos têm visões muito diferentes de como é que isso se consegue e do que será quando lá chegarem”, explica John Ross Bowie ao Los Angeles Times sobre a peça que se estreou na semana passada no Bootleg Theater, onde estará até Agosto.

Detalhe: dezenas de milhões de pessoas já viram a cara e provavelmente se irritaram com a voz de John Ross Bowie. Ele é o Barry Kripke de A Teoria do Big Bang e achava que “o punk rock precisa de um Amadeus”, uma versão dramatizada como a que Peter Schaffer fez para o teatro e Milos Forman adaptaria depois ao cinema. Daí Four Chords and a Gun, que se baseia em várias biografias da banda (essencial foi I Slept With Joey Ramone: A Punk Rock Family Memoir, de Mickey Leigh e Legs McNeil) que ajudou a sustentar a cena punk da Nova Iorque dos seventies e tenta recriar um ano na sua vida antes de End of the Century (1980), o primeiro álbum que o excêntrico Spector produziu demoradamente, para irritação da banda acostumada a gravações céleres, sendo também o primeiro sem Tommy Ramone.

As histórias das sessões de estúdio contêm relatos de armas apontadas por Spector e abandonos vários de membros da banda, mas como não poderia deixar de ser no mundo rock'n'roll, há versões divergentes. O que ficou foi uma banda dorida e marcada pela experiência, e o que agora existe é uma peça que teve financiamento independente e 20 mil dólares de crowdfunding com Josh Brener como Spector, Matthew Patrick Davis como Joey Ramone, Johnathan McClain como Johnny Ramone e sem uma única interpretação de música dos Ramones salvo a reprodução de We’re a happy family.