Fenprof defende integração de investigadores em carreira científica

Numa reunião com o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior foi abordado o alargamento do prazo para os docentes dos politécnicos terminarem o doutoramento exigido por lei e cujo prazo inicial terminou no ano passado.

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Fenprof esteve reunida com o ministro Manuel Heitor Rui Gaudêncio

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) manifestou esta sexta-feira discordância com a proposta governamental para o emprego científico, por não contemplar a integração dos investigadores numa carreira através de contratos por tempo indeterminado, mas reconheceu avanços nesta matéria.

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A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) manifestou esta sexta-feira discordância com a proposta governamental para o emprego científico, por não contemplar a integração dos investigadores numa carreira através de contratos por tempo indeterminado, mas reconheceu avanços nesta matéria.

"Haverá um contrato de trabalho com diferentes níveis de remuneração, mas que nunca será inferior ao valor da bolsa" que é actualmente paga a muitos investigadores para estarem a trabalhar sem direito a subsídios de férias e de natal e sem pagamentos à segurança social, disse à agência Lusa Tiago Dias, do Secretariado Nacional da Fenprof, no final de uma reunião com o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor.

De acordo com a mesma fonte, há "alguma garantia" de o governo passar a contratar doutorados, mas "numa fase mais adiante". Os contratos propostos pela tutela serão a prazo, "num horizonte, à partida, de três anos" e poderão ser alvo de "renovações anuais por mais três anos", acrescentou o representante sindical.

A Fenprof prevê que este processo fique concluído este mês, com a assinatura de uma acta negocial em que deixará plasmada a sua posição. Noutra reunião realizada esta sexta-feira, no mesmo ministério, foi abordado o alargamento do prazo para os docentes dos institutos politécnicos terminarem o doutoramento exigido por lei e cujo prazo inicial terminou no ano passado.

Tiago Dias referiu que a proposta do ministério foi estender o limite até agosto de 2017. A Fenprof continuou a chamar a atenção para o facto de os docentes que ainda não concluíram o doutoramento se terem mantido a dar aulas nas instituições.

"Não tiveram as condições necessárias: dispensa do serviço e pagamento de propinas", defendeu. A Fenprof espera ter nova reunião sobre este tema na próxima semana e estima a situação que afecte cerca de 200 docentes.