Número de vítimas em Nice sobe para 84 mortos e 18 pessoas em estado crítico
Incidente ocorreu na noite em que os franceses comemoravam o Dia da Bastilha. O presidente francês já prolongou o estado de emergência por mais três meses.
Pelo menos 84 pessoas morreram e existem 18 pessoas em estado crítico ("entre a vida e a morte") depois do atentado desta quinta-feira, em Nice, França. O incidente ocorreu perto do Hotel Negresco, no Passeio dos Ingleses, onde uma multidão passeava nas ruas para festejar o feriado nacional do 14 de Julho, Dia da Bastilha. Os números citados pela AFP foram avançados ao início da manhã desta sexta-feira pelo ministério do Interior francês. Somam-se ainda 50 vítimas com ferimentos ligeiros e mais de uma centena "implicados".
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Pelo menos 84 pessoas morreram e existem 18 pessoas em estado crítico ("entre a vida e a morte") depois do atentado desta quinta-feira, em Nice, França. O incidente ocorreu perto do Hotel Negresco, no Passeio dos Ingleses, onde uma multidão passeava nas ruas para festejar o feriado nacional do 14 de Julho, Dia da Bastilha. Os números citados pela AFP foram avançados ao início da manhã desta sexta-feira pelo ministério do Interior francês. Somam-se ainda 50 vítimas com ferimentos ligeiros e mais de uma centena "implicados".
Segundo o jornal Le Figaro, a documentação encontrada no camião que avançou contra a multidão indica que o autor do atentado era franco-tunisino e tinha 31 anos. O mesmo jornal escreve que o homem estava sozinho no camião.
Segundo o correspondente do jornal francês, os corpos das vítimas continuam ainda no local, enquanto aguardam a conclusão dos trabalhos de investigação das autoridades francesas.
Miguel Cunha, natural de Paredes de Coura e a viver em Nice há quatro anos contou ao PÚBLICO o cenário que testemunhou. Quando nos estávamos a encontrar, olho para o outro lado e só vejo pessoas a voar”, conta o português, ainda em choque. “Pareciam moscas a voar. Foi horrível. A rua estava cheia de pessoas, de famílias. Toda gente tinha saído, havia concertos”, continua, explicando ter visto o camião parar “uns 30 metros à frente”, antes de ainda se terem ouvido tiros. “Não foram os tiros que o pararam, ele parou antes. Deve ter tido algum problema. Ainda vi uma pessoa a tentar subir ao camião e a puxar o homem para fora.”
O camião, conta o emigrante, já vinha a atropelar pessoas desde trás. “Dizem que vinha em ziguezague para chegar a mais pessoas mas nos últimos 30 metros, o que eu vi, ele já vinha em linha recta e a abrandar. Não devia vir a mais de 50 km/h.”
O ataque acontece quando François Hollande tinha acabado de anunciar que o estado de emergência, que vigora desde desde os atentados de Paris, em Novembro do ano passado, ia ser levantado a partir de 26 de Julho. O presidente francês já anunciou que irá prolongar o estado de emergência por mais três meses.
François Hollande dirigiu-se ao país ainda durante a madrugada, depois de reunir com o gabinete de crise em Paris e sublinhou que “não se pode negar o carácter terrorista deste ataque”. Hollande classificou o atentando como uma "monstruosidade” de uma “violência absoluta”, destacando o número de crianças mortas.
Às 9h desta sexta-feira (8h em Lisboa), François Hollande iniciou a reunião do Conselho de Segurança e Defesa. O Presidente francês está reunido com o primeiro-ministro Manuel Valls, o ministro da Defesa Jean-Yves Le Drian e o chefe de Estado-Maior das Forças Armadas Pierre de Villiers. O ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, em Nice desde o atentado, participa nesta reunião via videoconferência, escreve o Le Figaro.
À semelhança do que aconteceu depois dos atentados de Novembro, quando os habitantes de Paris abriram as portas de casa e disponibilizaram abrigo a quem precisasse, também esta sexta-feira o Centre Universitaire Méditerranéen, um edifício municipal que recebe eventos e colóquios, transformou-se temporariamente num centro de acolhimento para todos os afectados pelo ataque da desta quinta-feira.