Diminuir a poluição na China? Sim, mas só se custar cinco euros

Um estudo norte-americano mostra que cada chinês está disposto a pagar para combater os níveis de poluição do país.

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Em 2015 a China registou níveis de poluição históricos STR/AFP

Os chineses estão dispostos a pagar para respirar um ar mais limpo. Para reduzir um micrograma de poluição por metro cúbico durante os próximos cinco anos, cada habitante aceita pagar uma média de cinco euros, um euro por ano. A conclusão é do estudo publicado pela organização National Bureau of Economic Research, que analisa dados entre 2006 e 2012 de 81 cidades, incluindo as despesas que cada habitante tem na compra de produtos para purificar o ar e a eficácia de cada um.

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Os chineses estão dispostos a pagar para respirar um ar mais limpo. Para reduzir um micrograma de poluição por metro cúbico durante os próximos cinco anos, cada habitante aceita pagar uma média de cinco euros, um euro por ano. A conclusão é do estudo publicado pela organização National Bureau of Economic Research, que analisa dados entre 2006 e 2012 de 81 cidades, incluindo as despesas que cada habitante tem na compra de produtos para purificar o ar e a eficácia de cada um.

Koichiro Ito, professor na Universidade de Chicago e um dos investigadores envolvidos no estudo, destaca que “alguns governantes chineses” descartam a necessidade de apostar na melhoria da qualidade do ar e acreditam que o país se deve concentrar “apenas no crescimento económico”, cita o Wall Street Journal. Também o ministro do Ambiente chinês apontava o mesmo no início deste ano, queixando-se da resistência de alguns colegas governantes, no país mais poluente do mundo.

No final do último ano, o país registou os níveis de poluição mais elevados da sua história. As imagens correram o mundo e foram até captadas pela NASA. Os níveis de partículas no ar chegaram a 291 microgramas por metro cúbico, um recorde de poluição e obrigaram o Governo chinês a declarar “alerta vermelho”. Fecharam-se escolas, espaços públicos, proibiu-se a circulação de carros, as actividades ao ar livre e diminuiu-se o tempo limite de construções ao ar livre.

Só em 2013, a poluição atmosférica matou mais de cinco milhões de pessoas na China. As máscaras anti-poluição tornaram-se um acessório normal, mas os purificadores ainda não chegaram a todas as famílias. Nas cidades referidas no estudo, apenas 10 a 15% dos inquiridos tem purificadores em casa.

Apesar do grande investimento em fontes renováveis de energia dos últimos anos, a principal fonte de energia na China é o carvão. Os níveis de poluição são sobretudo provocados pelas fábricas utilizadoras de carvão e pelas grandes emissões poluentes dos veículos.

Os dados mais recentes mostram alguns efeitos animadores para os primeiros quatro meses, com uma redução de 27% da poluição atmosférica nas cidades mais desenvolvidas a Ocidente. No entanto, alguns ambientalistas mais cépticos temem que esta redução se deva apenas à mudança da localização das indústrias alvo das medidas do Governo para zonas mais a Oeste do país, onde os níveis de poluição aumentaram.