Governo austríaco decide expropiar casa onde Hitler nasceu

Autoridades querem evitar que o imóvel se torne um local de peregrinação. Decisão final cabe ao Parlamento.

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A casa amarela de Braunau am Inn Joe Klamar/AFP

O Governo austríaco apresentou esta terça-feira um projecto de lei de expropriação da casa onde Hitler nasceu, em Braunau am Inn, no Norte do país. A proprietária, que recusou vender o imóvel, será indemnizada.

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O Governo austríaco apresentou esta terça-feira um projecto de lei de expropriação da casa onde Hitler nasceu, em Braunau am Inn, no Norte do país. A proprietária, que recusou vender o imóvel, será indemnizada.

"A decisão é necessária porque a Áustria quer evitar que a casa se torne um local de culto para neonazis, tal como já foi no passado quando as pessoas se reuniam ali para gritar palavras de ordem", disse o ministro do Interior, Wolfgang Sobotka.

A proposta vai ser votada pelo Parlamento, prevendo-se que seja aprovada. Quando isso acontecer, uma comissão do Governo decidirá, em Setembro, o que fazer com o imóvel.

Wolfgang Sobotka disse continuar a defender que a casa deve ser demolida. Porém, está situada no centro histórico desta cidade de 16 mil habitantes, no perímetro considerado património histórico.

Hitler nasceu em Braunau am Inn, perto da fronteira alemã, no dia 20 de Abril de 1889, e viveu nesta casa um ano. Quando tinha três anos, a sua família mudou-se para Passau, no estado alemão da Baviera.

Na II Guerra Mundial, um oficial nazi comprou o imóvel e o abriu-o ao público. Depois da guerra, a casa foi devolvida aos proprietários originais, a família Pommer. A actual proprietária, Gerlinde Pommer, não pode recorrer da decisão que for tomada pelo Parlamento, informou o ministro do Interior.

O Ministério do Interior arrenda a casa desde 1972 por cinco mil euros por mês. Ali já funcionou uma biblioteca, um banco e um centro de apoio a pessoas com deficiência.

Na casa não há referências directas a Hitler, mas em 1989 (ano em Hitler faria 100 anos) foi colocada à sua frente uma pedra de granito, levada do campo de concentração de Mauthausen, com a inscrição "Pela paz, liberdade e democracia. Fascismo nunca mais. Milhões de mortos servem de advertência”.

Titulo corrigido a 13 de Julho