Pelo menos 25 mortos em colisão frontal de comboios no Sul de Itália
O acidente provocou dezenas de feridos. Operações de resgate prejudicadas pela dificuldade de acesso ao local.
Não se sabe quantas pessoas seguiam nos dois comboios que chocaram esta terça-feira no Sul de Itália. Do total de oito carruagens, duas ficaram intactas, duas ficaram partidas em bocados e duas foram literalmente pulverizadas no embate. Para já os mortos são 25 e os feridos 35, 18 em estado grave.
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Não se sabe quantas pessoas seguiam nos dois comboios que chocaram esta terça-feira no Sul de Itália. Do total de oito carruagens, duas ficaram intactas, duas ficaram partidas em bocados e duas foram literalmente pulverizadas no embate. Para já os mortos são 25 e os feridos 35, 18 em estado grave.
O desastre aconteceu de manhã, às 11h30, e a meio da tarde as equipas de socorro ainda tentavam abrir o metal esmagado, para tentar perceber se havia gente para salvar ou corpos para resgatar. Uma criança foi retirada com vida, foi anunciado.
"Estamos a trabalhar com dezenas de socorristas para abrir as carruagens", disse Luca Cari, porta-voz dos bombeiros no local. "Isto parece o sítio onde caiu um avião", acrescentou horrorizado o presidente da câmara de Corato, uma das localidades da rota dos comboios. "Há muitos mortos", desabafou o comandante da polícia de outra cidade, Andria, Riccardo Zingaro, citado pelo jornal La Repubblica.
O primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, interrompeu uma visita a Milão e regressou a Roma para acompanhar as investigações à causa do acidente. "Não vamos parar até termos uma explicação para o que aconteceu", disse o chefe do Governo.
No Twitter, Renzi tinha escrito: "Lágrimas e pesar pelas vítimas, mas zangado. Exigimos que se faça luz sobre o que se passou em Apúlia esta manhã."
O acidente aconteceu num troço de via única, entre Corato e Andria. Por motivos que ainda se desconhecem, dois comboios entraram na linha ao mesmo tempo, em rota de colisão. Às 11h30, chocaram — deixando uma ferida naquela planície rural italiana; a linha de caminho-de-ferro passa por entre um olival.
No meio do nada, neste lugar de acesso difícil, explicaram os socorristas, a operação de salvamento revelou-se complicada. Foi pedido à população que mora juntos dos hospitais para onde os feridos estavam ser levados para darem sangue.
Ainda com falta de uma explicação para o desastre - os primeiros dados falavam em falha no sistema de comunicações, não tendo sido especificado se a investigação apontava para erro humano ou responsabilizava o equipamento considerado obsoleto -, os jornais italianos traçavam um retrato negro da segurança nos caminhos-de-ferro do país. O La Repubblica dizia que prova de que é assim foi a quantidades de acidentes ocorridos desde 2009, que mataram 74 pessoas e feriram 256. O ano de 2009 é relevante, pois houve a promessa de reforço da segurança, após um acidente em Viareggio (na Toscana, centro de Itália) — um comboio de mercadorias descarrilou, embateu numa parede da estação e a carga de uma das composições (combustível) explodiu, pegando fogo às casas próximas. Morreram 32 pessoas.
Os dois comboios que chocaram esta terça-feira eram de passageiros e pertenciam à empresa Ferrovie Nord Bares, mas a responsabilidade pela gestão da linha é da Ferrotramviaria, uma sociedade de transportes públicos. No troço de uma só via desta linha regional circula uma média diária de 200 comboios sempre cheios de passageiros, diz o jornal espanhol El País.