Renato Sanches: o mais novo numa final, o melhor jovem do torneio
Médio do Bayern Munique foi escolhido pela UEFA como a grande revelação do Euro 2016.
Aos 71 minutos do Portugal-Islândia, o jogo que marcou o arranque da participação nacional no Euro 2016, a troca circunstancial de João Moutinho por Renato Sanches não permitia adivinhar quão decisivo viria a ser o papel desempenhado pelo jovem médio que, no início da temporada, espalhava qualidade pelos relvados da II Liga. Foi um Campeonato da Europa memorável para todo um país e um ano estratosférico para um miúdo de 18 anos, que regressa hoje de França com o estatuto de melhor jogador jovem do torneio.
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Aos 71 minutos do Portugal-Islândia, o jogo que marcou o arranque da participação nacional no Euro 2016, a troca circunstancial de João Moutinho por Renato Sanches não permitia adivinhar quão decisivo viria a ser o papel desempenhado pelo jovem médio que, no início da temporada, espalhava qualidade pelos relvados da II Liga. Foi um Campeonato da Europa memorável para todo um país e um ano estratosférico para um miúdo de 18 anos, que regressa hoje de França com o estatuto de melhor jogador jovem do torneio.
Esses 20 minutos somados no encontro inaugural serviram para Renato sentir o pulso ao Europeu, mas foi necessário cumprir mais 135 minutos no banco para convencer em definitivo Fernando Santos de que poderia trazer algo de novo à equipa. Foi lançado na segunda parte do embate com a Hungria e, apesar do empate (3-3), a intensidade que mostrou e a capacidade de transportar a bola em velocidade e condução pareciam acrescentar à selecção uma dimensão que lhe faltava.
Superada a fase de grupos, com especial desconfiança externa face ao real potencial de Portugal, seguiu-se a Croácia e o filme repetiu-se: abordagem mais cautelosa e o médio do Bayern Munique a ser injectado no relvado, para a vaga de André Gomes. Começava aí, em definitivo, a afirmação plena de Renato Sanches, que entrou no Estádio Vélodrome, em Marselha, pela primeira vez como titular da selecção. E para abrilhantar ainda mais o momento, fez o golo português, num remate de pé esquerdo de fora da área.
Por essa altura, já Fernando Santos concluíra que o futebol explosivo do todo-o-terreno, ainda que também marcado por alguns passes errados e decisões menos felizes, debitava na equipa mais vantagens do que desvantagens. Por isso manteve a aposta até final, desviando-o quase sempre para o corredor direito e equilibrando as movimentações com a inteligência de Adrien e João Mário na ocupação dos espaços circundantes. Renato retribuiu com performances que convenceram não só o seleccionador, mas também a UEFA.
Neste domingo, os observadores técnicos do organismo que rege o futebol europeu escolheram o médio criado na Musgueira como o melhor futebolista jovem do Euro 2016, em desfavor de Kingsley Coman e Raphael Guerreiro. "Estou muito contente, quero dizer aos meus amigos que agora vão poder festejar comigo, porque eles são todos sportinguistas", desabafou o premiado, ainda no relvado. Ele, que já tinha recebido de Cristiano Ronaldo uma espécie de passagem de testemunho, ao tornar-se no mais jovem jogador a disputar uma final (18 anos e 328 dias), tem mais um capítulo a anexar a um ano desportivo absolutamente mirabolante.