Competição Nacional: A prata da casa, sem crise mas com sangue novo
A edição de 2016 corresponde a uma das colheitas com mais “rejuvenescimento” de nomes dos últimos anos, mesmo que se reencontrem habitués.
Com o correr dos anos, a Competição Nacional tornou-se na “secção nobre” do Curtas, espécie de “barómetro” do estado da produção ao longo de anos de fome e de fartura. As cinco sessões de 2016, num total de 16 filmes retidos, correspondem a uma das colheitas com mais “rejuvenescimento” de nomes dos últimos anos, mesmo que se reencontrem habitués como Gabriel Abrantes (cujo A Brief History of Princess X é o seu filme mais interessante em largos anos), a dupla André Santos/Marco Leão ou Leonor Noivo.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Com o correr dos anos, a Competição Nacional tornou-se na “secção nobre” do Curtas, espécie de “barómetro” do estado da produção ao longo de anos de fome e de fartura. As cinco sessões de 2016, num total de 16 filmes retidos, correspondem a uma das colheitas com mais “rejuvenescimento” de nomes dos últimos anos, mesmo que se reencontrem habitués como Gabriel Abrantes (cujo A Brief History of Princess X é o seu filme mais interessante em largos anos), a dupla André Santos/Marco Leão ou Leonor Noivo.
Se Miguel Dias confirma que a selecção 2016 (completada por uma única sessão de Panorama Nacional, domingo 10 às 21h) pode não ser tão numerosa como em anos anteriores, o director do Curtas não vê isso como reflexo de uma qualquer crise, ainda por cima no ano em que Balada de um Batráquio venceu em Berlim e Ascensão e Campo de Víboras chegaram à Semana da Crítica de Cannes. “Hoje é muito mais fácil fazer uma produção com menos dinheiro ou sem o apoio do ICA e por isso não sinto que haja crise, em termos de qualidade, naquilo que se vai fazendo. Talvez não houvesse tanto por onde escolher em termos de volume como noutros anos, mas isso tem também a ver com questões circunstanciais – por exemplo, constrangimentos de finalização, de filmes que não estão prontos a tempo do festival.”
Ainda assim, aponta uma área onde sente de facto um abrandamento de produção: o cinema de animação, onde as produções levam por natureza muito tempo e o financiamento é muito mais complexo. Este ano, há apenas duas curtas animadas no concurso – uma delas, A Casa ou Máquina de Habitar de Catarina Romano, é das experiências mais interessantes feitas entre nós nos últimos anos (programa nacional 1, segunda 11 às 21h15 e terça 12 às 20h00).
De entre os títulos que tivemos já oportunidade de ver, o destaque vai no entanto para a média documental de 45 minutos para António, Lindo António, intrigante corda bamba de não-ficção onde a luso-descendente Ana Maria Gomes “escava” junto da avó, residente ainda na serra do Montejunto-Estrela, a história de um tio que partiu para o Brasil e que se tornou persona non grata na família (programa nacional 3, quinta 13 às 21h15 e sexta 15 às 20h00).