Jovens e consagrados no Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim
La Grande Chapelle, o Orlando Consort, o Ensemble La Fenice e o Quarteto Zaïde são alguns dos destaques da 38.ª edição.
A 38.ª edição do Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim (FIMPV) mantém os altos padrões de qualidade e diversidade que o têm caracterizado ao longo de quase quatro décadas e o colocam num lugar de destaque da vida musical portuguesa. Até ao próximo dia 30 de Julho será possível ouvir intérpretes internacionais de referência, mas também jovens músicos em início de carreira, em programas que abrangem um leque temporal que se estende desde a Idade Média até ao século XXI. Depois da habitual conferência do musicólogo Rui Vieira Nery, proferida na passada terça-feira e dedicada ao tema Poder e Contrapoder na História da Música, o festival dá esta sexta-feira início à sua secção de concertos, com a actuação (às 21h45, na Igreja Matriz) do agrupamento La Grande Chapelle, dirigido por Albert Recasens, que se apresenta pela primeira vez na Póvoa de Varzim depois de ter feito a sua estreia em Portugal em Junho no Festival Terras sem Sombra. O programa Músicos da Monarquia Católica: Espanha e Portugal no século XVII dará a ouvir obras de compositores como Manuel Machado, Fr. Manuel Correa, Fr. Filipe da Madre de Deus e Juan Hidalgo e géneros emblemáticos da música ibérica como os vilancicos, tonos e romances.
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A 38.ª edição do Festival Internacional de Música da Póvoa de Varzim (FIMPV) mantém os altos padrões de qualidade e diversidade que o têm caracterizado ao longo de quase quatro décadas e o colocam num lugar de destaque da vida musical portuguesa. Até ao próximo dia 30 de Julho será possível ouvir intérpretes internacionais de referência, mas também jovens músicos em início de carreira, em programas que abrangem um leque temporal que se estende desde a Idade Média até ao século XXI. Depois da habitual conferência do musicólogo Rui Vieira Nery, proferida na passada terça-feira e dedicada ao tema Poder e Contrapoder na História da Música, o festival dá esta sexta-feira início à sua secção de concertos, com a actuação (às 21h45, na Igreja Matriz) do agrupamento La Grande Chapelle, dirigido por Albert Recasens, que se apresenta pela primeira vez na Póvoa de Varzim depois de ter feito a sua estreia em Portugal em Junho no Festival Terras sem Sombra. O programa Músicos da Monarquia Católica: Espanha e Portugal no século XVII dará a ouvir obras de compositores como Manuel Machado, Fr. Manuel Correa, Fr. Filipe da Madre de Deus e Juan Hidalgo e géneros emblemáticos da música ibérica como os vilancicos, tonos e romances.
Sábado, às 21h45, na Igreja Românica de São Pedro de Rates, o Orlando Consort apresenta O Apelo da Fénix: Música Sacra Inglesa do Século XIII ao Século XV, programa correspondente a uma das mais aclamadas gravações discográficas deste prestigiado quarteto vocal britânico, especializado na música medieval e renascentista. Será uma rara oportunidade para ouvir ao vivo obras de John Dunstable, Roy Henry, John Pyamour, John Plummer, John Trouluffe, Walter Lambe, entre outros. Ainda no campo da música antiga, tradicionalmente uma aposta forte do FIMPV, salienta-se a presença do agrupamento Resonet, com Mercedes Hernández (soprano) e Fernando Reyes (cítola, alaúde e direcção musical), com Cantigas de trovadores galegos e portugueses do século XIII, no dia 15, e do Ensemble La Fenice e do Choeur Arsys Bourgogne, dirigidos por Jean Tubéry, no encerramento, a 30 de Julho.
Este último concerto constituirá certamente um dos pontos altos do festival, quer pela obra escolhida (as magníficas Vésperas da Beata Virgem, de Claudio Monteverdi), quer pela interpretação, já que esta reúne alguns dos maiores especialistas do repertório do primeiro barroco, detentores de uma valiosa discografia. Notável combinação entre tradição e inovação, as Vésperas de Monteverdi, publicadas em Veneza em 1610, sintetizam a herança da polifonia quinhentista, ao mesmo tempo que desenvolvem as novas experiências florentinas e venezianas (como a monodia acompanhada e a policoralidade) e abrem novos caminhos para a linguagem musical do Barroco. A música barroca, neste caso da época mais tardia, estará ainda presente no concerto do dia 23, com Motetes de J. S. Bach, interpretados pelo Coro Gulbenkian, sob a direcção de Michel Corboz.
O FIMPV tem-se destacado igualmente por revelar ao público português agrupamentos de câmara de plano internacional, especialmente quartetos de cordas. Na edição deste ano teremos a presença do Quarteto Zaïde, fundado em 2009 e vencedor de vários prémios, incluindo a distinção máxima no Concurso Internacional Joseph Haydn de Viena em 2012 e vários prémios especiais pela interpretação das obras de Haydn. Este compositor irá preencher o programa do grupo proposto para dia 28, juntamente com Mendelsshon e Alban Berg. Várias obras-prima da música de câmara estarão também em foco nos concertos dos dias 11 e 16. No primeiro caso, o clarinetista Carlos Alves e o Arte Musica Ensemble interpretam os quintetos de Mozart e Brahms; no segundo o jovem Quarteto Verazin (agrupamento residente do FIMPV) toca repertório de Beethoven, Wolf e Prokofiev.
O apoio aos jovens músicos portugueses reflecte-se ainda no recital do violetista Lourenço Macedo Sampaio, vencedor do Prémio Jovens Músicos da RTP Antena 2 de 2015 (dia 29), e na nona edição do Concurso Internacional de Composição da Póvoa de Varzim. O encerramento desta competição cabe ao Remix Ensemble Casa da Música, que irá estrear as peças dos compositores finalistas (Francisco Andreo Gásquez e Jeremías Iturra) e uma obra peça encomendada pelo festival a Sara Carvalho (dia 21).
Solistas como o violoncelista Pavel Gomziakov num recital dedicado às Suites de Bach e de Britten (17 de Julho) e o pianista Boris Berezovsky, que tocará o Concerto de Grieg com a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, sob direção de Dmitri List (22 de Julho), são outras propostas a ter em conta, ainda que neste caso os instrumentistas em causa tenham uma presença bastante mais assídua nas temporadas de concertos em Portugal.
Com direcção artística de João Marques, a 38.ª edição do FIMPV é organizada pela Associação Pró-Música da Póvoa de Varzim e conta com os apoios da Direcção-Geral das Artes, da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim e do Turismo de Portugal, I. P., bem como de diversos patrocínios privados.