May vence primeira votação, Liam Fox excluído da corrida à sucessão de Cameron
Ministra do Interior garantiu mais de 50% dos votos dos deputados conservadores. Andrea Leadsom foi segunda, à frente de Michael Gove.
Theresa May, ministra do Interior e favorita na corrida à sucessão de David Cameron, foi a mais votada na primeira votação realizada pelos deputados conservadores, conseguindo o voto de mais de metade da bancada. O escrutínio, o primeiro de três previstos no espaço de uma semana, ditou o afastamento do antigo ministro da Defesa Liam Fox, o menos votado dos cinco candidatos à liderança do Partido Conservador.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Theresa May, ministra do Interior e favorita na corrida à sucessão de David Cameron, foi a mais votada na primeira votação realizada pelos deputados conservadores, conseguindo o voto de mais de metade da bancada. O escrutínio, o primeiro de três previstos no espaço de uma semana, ditou o afastamento do antigo ministro da Defesa Liam Fox, o menos votado dos cinco candidatos à liderança do Partido Conservador.
May foi a preferida de 165 deputados – um número acima dos que já lhe tinham anunciado publicamente o seu apoio –, a uma confortável distância de Andrea Leadsom, secretária de Estado da Energia que foi uma das protagonistas da campanha pela saída do Reino Unido na UE, e que conseguiu 66 votos.
Apesar de pouco conhecida junto dos eleitores, Leadsom tornou-se a favorita da ala eurocéptica, face ao desagrado de boa parte dos tories com a actuação do ainda ministro da Justiça. Em cima do prazo para a apresentação das candidaturas, Michael Gove retirou o seu apoio a Boris Johnson, que era até aí visto como o mais provável sucessor de Cameron – o antigo mayor de Londres retribuiu-lhe o gesto, anunciando horas antes da votação que apoia Leadsom. Gove, que foi o estratega da campanha pelo “Brexit”, conseguiu apenas 48 votos em 330 deputados, um pouco acima do mais jovem (e menos conhecido) ministro dos Assuntos Sociais, Stephen Crabb, que teve 34. Fox não foi além dos 16.
May, uma das governantes há mais tempo em funções, declarou-se “satisfeita” com os resultados e “grata” pelo apoio recebido. “Temos um grande trabalho pela frente: unir o nosso partido e o nosso país, negociar o melhor acordo para sairmos da UE e trabalhar para tornar o Reino Unido melhor”, afirmou.
Mas o caminho até Downing Street é longo e recheado de obstáculos. A ministra do Interior apoiou a permanência do Reino Unido na UE e é provável que os apoiantes de Fox, um eurocéptico, optem por um dos outros dois candidatos que estiveram do lado da saída – caso de Gove ou Leadsom – na próxima quinta-feira, dia em que mais um candidato será excluído. E quando, depois da última votação, na terça-feira, ficarem decididos os nomes que vão constar dos boletins de voto, a palavra final passará para os militantes conservadores, que votaram maioritariamente a favor da saída da UE.
Nos últimos dias, May tem sido também muito criticada, tanto pelos adversários como pela oposição trabalhista, por se recusar a dar garantias aos cidadãos europeus que já residem no país de que não vão perder direitos quando o país sair da UE. A ministra do Interior diz que essa é a sua intenção, mas sublinha que o futuro dos europeus – tal como o dos britânicos que residem nos outros países da UE – terá de ser “um factor a ter em conta” nas negociações.