Casa da Arquitectura inaugura em 2017 e aposta na internacionalização

Poder Arquitectura que terá como foco os Pritzker é a exposição que marca a inauguração da nova sede. Ainda no próximo semestre já está também confirmada a exposição Les universalistes, actualmente em Paris, que celebra os últimos 50 anos da arquitectura nacional.

Foto
Casa da Arquitectura vai ficar no edifício da Real Companhia Vinícola Nuno Alexandre Mendes

A Casa da Arquitectura, com inauguração marcada para a Primavera do próximo ano, quer assumir-se como espaço de excelência da arquitectura nacional, no sentido de, a partir de dentro, ser vista internacionalmente como a principal referência desta disciplina, num país que é base de dois Pritzker com obra em todo o mundo. À margem do evento Be a Part Of, que no último fim-de-semana abriu ao público as portas do edifício da antiga Real Vinícola, nova base deste projecto, foi ainda apresentada a programação do primeiro semestre de actividades da agora designada Casa da Arquitectura - Centro Português da Arquitectura. 

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A Casa da Arquitectura, com inauguração marcada para a Primavera do próximo ano, quer assumir-se como espaço de excelência da arquitectura nacional, no sentido de, a partir de dentro, ser vista internacionalmente como a principal referência desta disciplina, num país que é base de dois Pritzker com obra em todo o mundo. À margem do evento Be a Part Of, que no último fim-de-semana abriu ao público as portas do edifício da antiga Real Vinícola, nova base deste projecto, foi ainda apresentada a programação do primeiro semestre de actividades da agora designada Casa da Arquitectura - Centro Português da Arquitectura. 

A exposição inaugural, Poder Arquitectura, terá como foco quatro Pritzkers com obra em território nacional: Álvaro Siza Vieira, Souto Moura, Paulo Mendes da Rocha e Rem Koolhaas. Marcada para a Primavera de 2017, com a curadoria de Jorge Carvalho, Pedro Bandeira e Ricardo Carvalho, reflectirá, de acordo com o director executivo da Casa, Nuno Sampaio, a capacidade que a arquitectura poderá ter na transformação da sociedade local e nos poderes que a condicionam: poder mediático, económico, colectivo, doméstico, tecnológico, cultural, regulador e ritual. A exposição, explica, de cariz “inclusivo”, será ainda aberta a outros arquitectos além dos enumerados.  Paralelamente a este núcleo central, na Nave Principal, decorre na Galeria da Casa a extensão Please Share, programada por Roberto Cremascoli. Este segundo sector estará orientado para a promoção de debates e conferências, sobre o tópico central da exposição. Debates esses que poderão ser alargados a outros locais além da Casa da Arquitectura.

Ainda para o primeiro semestre de 2017, está já assegurada a exposição Les universalistes —  50 ans d’architecture portugaise. A exposição, actualmente em Paris, com curadoria do arquitecto Nuno Grande, é uma iniciativa da Fundação Calouste Gulbenkian e da Cité de l’Architecture et du Patrimoine, que a acolhe, por ocasião do 50º aniversário da delegação francesa da Fundação e celebra, como o nome indica, o último meio século da arquitectura portuguesa. Esta aproximação, de acordo com o director da Casa da Arquitectura, é exemplo do objectivo definido orientado para a internacionalização.  

No último fim-de-semana, passaram pelo antigo edifício da Real Vinícola, Matosinhos, cerca de 1300 pessoas, que puderam constatar presencialmente o estado actual das obras da nova sede do agora também Centro Português de Arquitectura, segundo Nuno Sampaio, em “estado muito avançado”. O director executivo sublinhou mais uma vez a importância do envolvimento das “entidades congéneres, da população e da academia” com o projecto. Academia que participou, durante o evento, numa reunião que contou com a presença de quase todas as escolas de arquitectura do país, no sentido de uma maior abertura ao diálogo, também para que se perceba “de que forma a Casa pode ajudar as instituições”. Essa abertura estende-se, de resto, a toda a sociedade civil que poderá apresentar propostas de programação às quais, “após avaliação”, poderá ser dada luz verde para que ocupem um espaço específico para o efeito.

Seguindo essa lógica de criação de sinergias, as exposições no geral serão, sobretudo, colectivas e, de acordo com Nuno Sampaio, programadas em conjunto com outras entidades, sendo que “50% da responsabilidade ficará a cargo de cada uma duas partes”.