A mostarda como nunca a comeu

Vá além do molho para cachorro quente e crie pratos à grande e à francesa com mostarda de Dijon.

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Já esteve em Cortes, à mesa de Reis, e continua a produzir-se em Dijon de uma maneira própria. Desde 1937 que é uma Denominação de Origem Controlada e, se não for feita da forma tradicional e a partir sementes de mostarda negras ou castanhas cortadas, então não é Dijon.

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Já esteve em Cortes, à mesa de Reis, e continua a produzir-se em Dijon de uma maneira própria. Desde 1937 que é uma Denominação de Origem Controlada e, se não for feita da forma tradicional e a partir sementes de mostarda negras ou castanhas cortadas, então não é Dijon.

A verdadeira mostrada de Dijon nasceu com o vinagre destilado de Antoine-Caude Maille, mentor da casa Maille, que forneceu Luís XV, a corte húngara, russa e a austríaca, com título oficial de produtor de mostardas aromáticas da aristocracia. Os potes de barro e rolha de cortiça ainda hoje se usam na fábrica, e as variações são inúmeras: há para todos os gostos e receitas.

O requinte da cozinha francesa fez da mostarda uma cultura gastronómica, e mais do que um bom molho para uma salada verde e uma opção recorrente para sanduíches e bruschettas, a pujança e o toque picante da clássica Maille de Dijon dão corpo a diferentes pratos. Se é fã de salmão, experimente uma cobertura de salsa, manjericão, cebolinho e mostarda de Dijon antes de levar o peixe ao forno. Faça o mesmo da próxima vez que cozinhar bacalhau, e experimente barrar a mostarda com umas gotas de limão por cima antes de assar. 

Fácil demais? Pode sempre passar ao filé mignon com Dijon, queijo de cabra, vinho branco e salada quente de cogumelos. Vai precisar de salsa, medalhões de vitela, cogumelos, tomilho, alho, cebola roxa, queijo de cabra, creme de leite e mel, e , claro, mostarda de Dijon.

Tempere o filé mignon com sal e pimenta de ambos os lados, e sele por dois minutos numa frigideira com um fio de óleo. Numa tigela, misture a Dijon com vinho branco e meio alho picado. Coloque a mistura sobre a carne e cubra com queijo de cabra. Leve a assar por dez minutos e no compasso de espera refogue os cogumelos em fogo alto. Tempere com sal e pimenta, adicione um pouco de alho, cebola e tomilho, acrescente uma colher de mel… et voilá! Amor à primeira mostarda. 

Se entretanto ficar sem planos para a sobremesa mas tiver a mostarda Maille de Dijon por perto, é só fazer um fondant! Soa peculiar, mas sabe bem - mesmo para quem nunca imaginou usar mostarda num fondant de chocolate. 

Combine a Dijon com mel e creme de leite e congele a dita fusão. Depois há que preparar a massa com chocolate negro, margarina e ovos. Juntam-se gemas, farinha e cacau em pó às claras batidas em castelo e com uma pitada de açúcar. Leve tudo às formas, e deixe no meio o cubo de mostarda e creme de leite bem coberto pela massa. O forno faz o resto!

A textura das sementes e a intensidade da Maille de Dijon dá um extra até a cocktails, em arrojadas variações que dão a copos um je ne sais quoi entre frescura e robustez. Mel, lima e rum combinam com Dijon, sumo de lima, tabasco e pimenta preta casam com Dijon. Mas as variações bebíveis de mostarda estão em considerável exploração: Gin, brandy, sumo de lima, Dijon, mel e uma folha de menta é mais uma opção a considerar para que nos “mostardemos” de ideias à mesa.