Marcelo: Governos de Passos Coelho e Costa não merecem sanções
O Presidente da República deixou claro que Passos não merece as sanções e Costa pode nunca vir a merecê-las.
O Presidente da República considerou neste sábado que o país não "merece" ser punido por ter falhado a meta do défice em 2015, apelando ao bom-senso das instâncias europeias, e enalteceu "unanimidade" no país contra eventuais medidas correctivas.
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O Presidente da República considerou neste sábado que o país não "merece" ser punido por ter falhado a meta do défice em 2015, apelando ao bom-senso das instâncias europeias, e enalteceu "unanimidade" no país contra eventuais medidas correctivas.
"Digo agora, para não dizer depois da decisão: o bom-senso manda que não se aplique sanção nenhuma ao Governo de Passos Coelho, porque não merece, e que não se aplique sanção nenhuma ao Governo de António Costa porque, na pior das hipóteses, ainda não merece, ou nunca merecerá", explicou Marcelo Rebelo de Sousa no Porto Santo, onde conclui uma visita de três dias ao arquipélago da Madeira.
"O país (…) fez tudo para sair da crise", acrescentou Marcelo, para quem até um eventual "aviso" ao país para o futuro seria também injusto. "Os números de execução do primeiro trimestre mostram uma melhoria face ao ano passado, e o que se sabe de Maio é ainda melhor", disse.
Para Marcelo, falar neste momento da necessidade um 'plano B' ou 'C' é apenas "especular". O importante, notou, é que a Europa entenda que no actual momento da União, os 0,2% de derrapagem do défice – "ainda por cima num cálculo discutível" – não podem, nem devem, constituir um problema.
Em larga medida, alertou o chefe de Estado, são visões deste género as responsáveis pelo surgimento de movimentos populistas, de xenofobias que resultam na tentação de cada país seguir o seu caminho.
O Presidente repetiu ainda o que tinha dito na véspera sobre as declarações de vários responsáveis da União e do FMI. “São pressões, que nada ajudam, mas às quais o país já está habituado."
Numa conferência de imprensa improvisada junto ao cais da cidade, Marcelo desdramatizou o facto de ter sido apanhado nas escutas ao director do Museu da Presidência, dizendo ser "natural" no meio de uma investigação. Principalmente, precisou, numa altura em que foram tratados vários assuntos entre o Presidente da República e aquele responsável, como o aniversário da tomada de posse do general Ramalho Eanes.