Entidades públicas e privadas criam Aliança Contra a Fome e a Má Nutrição em Portugal
A associação não se destina a intervir directamente na ajuda às populações, mas a identificar e divulgar boas práticas na área da alimentação e combate à pobreza.
Entidades públicas, privadas e do sector social criaram esta sexta-feira a Aliança Contra a Fome e a Má Nutrição em Portugal, que visa encontrar soluções para combater a insegurança alimentar e a malnutrição no país.
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Entidades públicas, privadas e do sector social criaram esta sexta-feira a Aliança Contra a Fome e a Má Nutrição em Portugal, que visa encontrar soluções para combater a insegurança alimentar e a malnutrição no país.
Em declarações à agência Lusa, a presidente da organização, Alda Fernandes, explicou que a aliança é "uma plataforma de diálogo, de troca de informações, de diligência para encontrar soluções" no sentido de "reduzir as questões da insegurança alimentar e da má nutrição em Portugal".
"Não é uma iniciativa para intervir directamente na ajuda às populações para distribuição de ajuda, como é o caso do Banco Alimentar", mas sim identificar o que funciona bem e divulgar boas práticas, explicou Alda Fernandes.
A responsável explicou que a iniciativa de criar a aliança partiu da FAO - Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura), que tem como objectivos principais a erradicação da pobreza e da fome e a promoção de uma parceria mundial para o desenvolvimento.
"A presidente da Federação Europeia dos Bancos Alimentares, Isabel Jonet, foi bastante instada pelas autoridades da FAO para promover a criação destas alianças nos países membros da federação, a partir de 2008, porque as circunstâncias alteraram-se no panorama económico e social na Europa e no mundo desenvolvido", adiantou.
A organização refere que os problemas de insegurança alimentar e malnutrição começaram a agravar-se nos países desenvolvidos, designadamente em Portugal, sobretudo a partir da crise de 2008.
Alda Fernandes explicou que o combate a estes problemas será assente em três princípios: Fome Zero, produção de alimentos saudáveis e seguros e sustentabilidade do sistema alimentar.
"A partir destas três premissas considerou-se que se podia trabalhar através de quatro linhas de orientação", nomeadamente o direito à alimentação, a nutrição infantil e juvenil, o combate ao desperdício alimentar e produção local de bens alimentares", adiantou
Enquanto plataforma de diálogo, a Aliança vai pôr em contacto organizações e entidades da sociedade civil, do sector privado e da administração pública para a definição, em parceria, de estratégias, políticas e programas susceptíveis de "potenciar os dispositivos já existentes, favorecer o diálogo sobre as medidas mais eficazes e estimular novas iniciativas para combater a insegurança alimentar e a má nutrição".
A aliança irá colaborar e cooperar com países terceiros, através da troca de informações sobre boas práticas.
Entre os membros da aliança estão entidades como a Confederação Nacional da Instituições de Solidariedade, a União Misericórdias Portuguesas, a Direcção-Geral de Saúde, a Direcção-Geral de Educação, o Gabinete de Planeamento do Ministério da Agricultura, a Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição, a Associação Portuguesa de Nutricionistas, o Instituto Superior de Agronomia e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.