Museu da Presidência, uma casa com um milhão de histórias

Inaugurado a 5 de Outubro de 2004, o Museu da Presidência da República tem presentes de Estado, objectos pessoais dos presidentes, fotografias, vídeos, livros, cartas e até blocos onde os chefes de Estado tiravam notas.

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No caso do antigo Presidente António de Spínola, o espólio está quase todo nas mãos dos herdeiros, à excepção do manuscrito da obra “Portugal e o Futuro” e dos retratos oficiais DR/Arquivo

A entrada faz-se por uma porta de vidro, de abertura automática, à esquerda da guarda de honra do palácio cor-de-rosa. Lá dentro, antes de chegar ao contacto com o espólio dos antigos presidentes, distribuído por dois pisos, é preciso passar por um equipamento de raios-x manuseado por agentes da PSP. Atravessa-se também uma loja, projectada por Pedro Vaz, o arquitecto que foi responsável pela recuperação do Palácio da Cidadela, em Cascais. Os bilhetes custam 2,5 euros para o público em geral, mas há descontos para estudantes, crianças, idosos, etc.

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A entrada faz-se por uma porta de vidro, de abertura automática, à esquerda da guarda de honra do palácio cor-de-rosa. Lá dentro, antes de chegar ao contacto com o espólio dos antigos presidentes, distribuído por dois pisos, é preciso passar por um equipamento de raios-x manuseado por agentes da PSP. Atravessa-se também uma loja, projectada por Pedro Vaz, o arquitecto que foi responsável pela recuperação do Palácio da Cidadela, em Cascais. Os bilhetes custam 2,5 euros para o público em geral, mas há descontos para estudantes, crianças, idosos, etc.

Sete anos depois da inauguração, em 2011 – feita por Jorge Sampaio a 5 de Outubro – o museu onde estão mais de um milhão de objectos, entre documentos, cartas, presentes, fotografias, vídeos e medalhas já tinha recebido mais de 800 mil visitantes. "Transformámo-nos num dos mais importantes museus para o estudo da História Contemporânea do País", assegurava então o director Diogo Gaspar à revista VISÃO. Diogo Filipe Baptista Gaspar, de 45 anos, foi o seu único director (começou como coordenador). Nesse ano, a instituição tinha 28 funcionários e falava-se na possibilidade de ampliar as suas instalações.

O último orçamento conhecido do Museu da Presidência é o de 2015 e situava-se pouco abaixo dos 1,2 milhões de euros. Apesar de nem todos os objectos estarem disponíveis no mesmo espaço, está tudo catalogado numa base de dados informática chamada Matriz.

O que não está na base de dados é a história particular de cada objecto. E há histórias curiosas. Como a da caçadeira que Joana Almeida, mulher do sexto Presidente da República, António José de Almeida, e experiente caçadora de raposas, usou para defender o marido de um levantamento dos sectores republicanos da Marinha e da GNR. O movimento tinha como objectivo liquidar o primeiro-ministro liberal António Granjo, mas que incluiu o nome de António José de Almeida na lista dos alvos a abater.

O arquivo deste chefe de Estado foi encontrado numa adega com ratos perto de Penacova, dentro de baús de ferro, como relatou em tempos o jornal i.

Das mulheres, também está lá uma das fardas que Maria José Ritta usou nos anos 70, quando era hospedeira da TAP.

O museu tem em seu poder toda a documentação de Jorge Sampaio e Cavaco Silva. Já Mário Soares levou a sua memorabilia para a fundação com o seu nome e Ramalho Eanes tem em sua posse o arquivo de Presidente. No caso do antigo Presidente António de Spínola, o espólio está quase todo nas mãos dos herdeiros, à excepção do manuscrito da obra Portugal e o Futuro e dos retratos oficiais.

As pequenas agendas Sacor, onde Américo Thomaz tirava as suas notas, foram entregues à guarda do museu. Também estão lá os arquivos completos dos três presidentes da ditadura. No primeiro andar, há uma sala oval, onde estão expostos objectos usados em banquetes e recepções de Estado.

Curiosidade: É possível fazer festas de aniversário infantis no espaço do Museu, aos fins-de-semana, e ateliers de tempos livres, nas férias.

Ficha técnica

O Museu da Presidência em números

7707 visitantes contabilizados pelo serviço de Educação e Animação Cultural do Museu nos primeiros quinze meses

800 mil visitantes, portugueses e estrangeiros, nos primeiros sete anos

1 milhão de documentos disponíveis

2000 objectos doados, entre presentes de Estado, objectos pessoais dos presidentes, fotografias, vídeos, livros, cartas, blocos de notas, documentos de arquivo e outras memórias

1,18 milhões de euros: orçamento anual do museu em 2015

1,85 milhões de euros: o orçamento mais elevado que o director do museu geriu, em 2010

8 Exposições permanentes (Símbolos nacionais, República portuguesa, Presidentes de Portugal, Actividades do Presidente da República, Galeria de retratos oficiais, Visitas de Estado, Ordens honoríficas e Palácio de Belém)

28 os funcionários do museu no ano de 2011

2 Exposições temporárias em curso: “40 anos Eleições Presidenciais - Um Presidente para todos os Portugueses” (na Fundação Calouste Gulbenkian) e “Motor da República – Os Carros dos Presidentes” (na Alfândega do Porto)