“Cápsula” secular é a casa dos artistas nos Jardins Efémeros
Uma antiga escola é nos próximos dez dias casa de artistas nos Jardins Efémeros, festival multidisciplinar, que começa esta sexta-feira em Viseu.
Na Rua Serpa Pinto, no centro histórico da cidade, a secular “casa da palmeira” foi transformada numa “cápsula” que guarda e dá a conhecer a criatividade de 12 artistas emergentes. A “Wrong Time Capsule” - nome que é o título de uma música de Deerhoof – é uma das novidades da sexta edição dos Jardins Efémeros, este ano dedicado à “Cidade e ao Tempo”. Aqui, exposições de pintura, fotografia e cerâmica juntam-se a instalações de vídeo e sonoras e a lençóis “bordados” com “Horas Perdidas em Cartas de Amor”.
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Na Rua Serpa Pinto, no centro histórico da cidade, a secular “casa da palmeira” foi transformada numa “cápsula” que guarda e dá a conhecer a criatividade de 12 artistas emergentes. A “Wrong Time Capsule” - nome que é o título de uma música de Deerhoof – é uma das novidades da sexta edição dos Jardins Efémeros, este ano dedicado à “Cidade e ao Tempo”. Aqui, exposições de pintura, fotografia e cerâmica juntam-se a instalações de vídeo e sonoras e a lençóis “bordados” com “Horas Perdidas em Cartas de Amor”.
“Não estamos a expor num museu nem num espaço em branco já planeado para receber uma exposição. Aqui podemos mostrar os nossos trabalhos de uma forma livre”, realça Paula Magalhães que está presente neste espaço com uma exposição de fotografias feitas através da técnica da cianotipia.
A “cápsula” tem um prazo de vida de dez dias, mas o mais importante é a “semente” que ela vai deixar. Para os artistas presentes, pode ser o início de um “movimento” para “ocupar casas devolutas com arte”.
“Os Jardins Efémeros são isto mesmo. O início de algo. Talvez outras instituições comecem a dar importância a projectos como este e a oportunidade de se fazerem residências artísticas, ao mesmo tempo que se chama a atenção para um património que está abandonado”, apelam os artistas.
Pavilhão Mundo Português
Uma antiga fundição desmantelada é também, nesta edição dos Jardins Efémeros, o espaço que recebe o Pavilhão do Mundo Português onde Vhils (Alexandre Farto) e Miguel Januário (±maismenos) fazem, através de intervenções urbanas, uma reflexão sobre Portugal, sobre a Europa e sobre Portugal na Europa. É a primeira vez que os dois artistas trabalham, oficialmente, juntos. As peças são o resultado da reflexão que os dois fazem sobre “coisas que pensávamos que estavam tão distantes no tempo mas que afinal estão a surgir de novo”.
A fotografia de Duarte Belo e o projecto Habitar Portugal apresentam uma amostra do que foi Portugal nas últimas décadas.
Estes são dois dos espaços a explorar na sexta edição dos Jardins Efémeros. Até 10 de Julho, este festival multidisciplinar que ocupa o centro histórico oferece mais de uma centena de projectos de som, artes visuais, arquitectura, cinema, oficinas, mercados, teatro e dança.
"São anos de investigação, de procura, para poder trazer o que de melhor se faz em Viseu, em Portugal e no mundo”, salienta Sandra Oliveira, mentora do festival, para quem a “cultura não é só entretenimento”. “Ela acrescenta valor ao homem, à sua responsabilidade social e à sua maneira de intervir ou viver num espaço, num tempo e numa comunidade”, defende, frisando que o lema dos Jardins será sempee “acreditar na cultura e na educação pela arte”.