PS inicia ronda de contactos para preparar autárquicas
Secretária-geral-adjunta reúne-se este fim-de-semana com os líderes concelhios do Porto, Braga e Viana do Castelo.
Com as eleições autárquicas no horizonte, a direcção do PS faz-se este fim de-semana à estrada para tomar o pulso às concelhias e perceber qual é o grau de mobilização do partido para o grande combate das eleições locais de 2017. E é pelo Norte que a secretaria-geral-adjunta, Ana Catarina Mendes, começa a sua investida.
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Com as eleições autárquicas no horizonte, a direcção do PS faz-se este fim de-semana à estrada para tomar o pulso às concelhias e perceber qual é o grau de mobilização do partido para o grande combate das eleições locais de 2017. E é pelo Norte que a secretaria-geral-adjunta, Ana Catarina Mendes, começa a sua investida.
O PS está particularmente empenhado na batalha das autárquicas e vai tentar encontrar as “melhores soluções” em termos de candidatos para manter a liderança da Associação Nacional de Municípios Portugueses. Os socialistas têm consciência de que “há casos complicados” que exigem ser tratados com pinças para que os estilhaços não atinjam a imagem do partido/Governo, porque o combate autárquico vai decorrer numa altura em que o Executivo aprova o Orçamento do Estado para 2017.
O primeiro encontro está marcado para o final do dia de sexta-feira, em Viana do Castelo, um distrito que, aparentemente, não é difícil para os socialistas, que lideram seis dos dez municípios do distrito. Segundo o presidente da distrital, Miguel Alves, eleito em Março, o objectivo é “fazer tudo” para que o PS cresça.
A ronda de contactos que Ana Catarina Mendes vai fazer passa também pelo Porto e por Braga, dois distritos que vão exigir muita diplomacia à direcção do partido para não deitar tudo a perder. A secretária-geral-adjunta estará no sábado, em Braga, para tentar atenuar a crispação que se vive no distrito onde duas mais importantes concelhias – Barcelos e Vizela – estão divididas por guerras internas, que podem levar o PS a perder a liderança do município.
Há três semanas, o presidente da concelhia de Barcelos, Domingos Pereira – até há pouco tempo vice-presidente da câmara local –, foi indigitado candidato do PS à câmara em 2017, com 92% dos votos expressos. Desta forma, a concelhia – o órgão com competência para escolher os candidatos autárquicos – antecipou-se e tentou travar uma terceira ida às urnas de Miguel Costa Gomes, actual presidente. Costa Gomes, que já tinha manifestado disponibilidade para se recandidatar a um terceiro mandato, aguarda uma reunião com a direcção nacional para tomar uma decisão. O que deve de acontecer este fim-de-semana.
Ao PÚBLICO, Domingos Pereira expressa que a “decisão do partido está tomada e que os militantes votaram por 92% dos votos” o seu nome. “Não há necessidade de a distrital ou de a direcção nacional avocarem o processo eleitoral em Barcelos”, adverte o deputado.
Em Vizela, Vitor Hugo Salgado, até há pouco tempo vice-presidente da autarquia (cargo do qual foi exonerado pelo actual presidente da autarquia, Dinis Costa), tem o apoio dos pesos pesados do PS local, e já admitiu candidatar-se como independente. Vitor Hugo Salgado acusa Dinis Costa de não ter honrado a sua palavra, depois de em 2013 ter dito que, “caso vencesse as eleições, ia pendurar as botas” dando, assim, a entender que o seu sucessor natural era Vitor Hugo Salgado.
O encontro com Ana Catarina Mendes em Braga acontece uma semana antes da realização das eleições para as concelhias do PS em Fafe e Vila Verde (cujos órgãos estão a ser geridos por comissões administrativas) e em Braga, liderada pelo número dois da lista.
Em relação ao Porto, concelhia e distrital estão em total consonância relativamente ao apoio que o partido deve dar ao independente Rui Moreira, que se vai recandidatar a mais um mandato, uma decisão que agrada ao próprio secretário-geral, António Costa. O PS faz constar que o acordo está encaminhado e garantido, mas Rui Moreira não tem pressas e relativiza apoios, mostrando-se empenhado em gerir o seu timing com a precisão de um relógio suíço.
Matosinhos volta a estar debaixo dos holofotes mediáticos. Na corrida vislumbram-se três candidaturas: a da deputada Luisa Salgueiros; a do líder concelhio Ernesto Páscoa; e a do ex-candidato à câmara em 2013 António Parada. Neste quadro, ganha consistência a realização de primárias para a escolha do candidato, uma vez que não há acordo à vista e Ernesto Páscoa puxa dos galões para dizer que apenas ele mostrou disponibilidade para ser candidato a candidato.
Para a Câmara do Marco de Canaveses há dois socialistas disponíveis para avançar: a líder da concelhia, Cristina Vieira, e o vereador, Agostinho Pinto. Com o partido fracturado, o PS pode perder a oportunidade de conquistar a câmara, uma vez que Manuel Moreira (PSD) não se pode recandidatar.
A nível do distrito de Viana do Castelo, o caso mais complicado é o de Amares, cujo presidente, Manuel Moreira (que liderou a lista socialista em 2013), vai encabeçar a candidatura social-democrata no próximo ano. Ponte da Barca é uma outra câmara a requerer todas as atenções do PS, uma vez que o actual presidente, Vassalo de Abreu, não pode recandidatar-se em 2017. Os socialistas estão a tentar encontrar um rosto que seja consensual e que lhes garanta manter a liderança do município.