Exército substitui director de Educação e subdirector do Colégio Militar

Subdirector da instituição assumiu a existência, entre alunos, de situações de exclusão em função da orientação sexual.

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As polémicas declarações do tenente-coronel António Grilo levaram a demissões no Exército Daniel Rocha (arquivo)

O Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME) decidiu substituir o subdirector do Colégio Militar, tenente-coronel António Grilo, e o director de Educação e Doutrina do Exército, disse nesta segunda-feira à agência Lusa o porta-voz do ramo.

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O Chefe do Estado-Maior do Exército (CEME) decidiu substituir o subdirector do Colégio Militar, tenente-coronel António Grilo, e o director de Educação e Doutrina do Exército, disse nesta segunda-feira à agência Lusa o porta-voz do ramo.

Questionado pela Lusa, o porta-voz do Exército, tenente-coronel Vicente Pereira, disse que "foi nomeado director de Educação o major-general João Reis, sucedendo ao major-general Cóias Ferreira".

Prevê-se também, adiantou, que o tenente-coronel António Grilo, subdirector do Colégio Militar, "seja nomeado para o exercício de novo cargo", quando terminarem as actividades escolares naquele estabelecimento de ensino, que ainda decorrem.

Estas alterações são "efectuadas em conformidade com as Normas de Nomeação e Colocação dos Militares do Exército e no cumprimento das prioridades estabelecidas" pelo CEME, Rovisco Duarte. O ex-director de Educação e Doutrina do Exército exerce agora o cargo de 2.º comandante do Comando das Forças Terrestres, adiantou.

O tenente-coronel António Grilo foi o autor das afirmações publicadas numa reportagem no jornal online Observador no passado dia 1 de Abril a assumir a existência, entre alunos, de situações de exclusão em função da orientação sexual.

"Nas situações de afectos [homossexuais], obviamente não podemos fazer transferência de escola. Falamos com o encarregado de educação para que perceba que o filho acabou de perder espaço de convivência interna e a partir daí vai ter grandes dificuldades de relacionamento com os pares. Porque é o que se verifica. São excluídos", afirmou.

As declarações do subdirector do Colégio Militar levaram o ministro da Defesa, José Azeredo Lopes, a pedir, interna e publicamente, esclarecimentos ao Chefe do Estado-Maior do Exército, que dias depois se demitiu.

Na semana passada, o Exército divulgou um comunicado com as conclusões da inspecção realizada ao Colégio Militar no início de Maio, que não detectou situações de discriminação em função da orientação sexual ou outras.

Apesar disso, o general Rovisco Duarte decidiu criar um grupo de trabalho para rever o Regulamento Interno do Colégio Militar "no sentido de reforçar a mitigação de eventuais riscos que possam conduzir a qualquer forma de discriminação ou que possam colidir com outros valores centrais definidos na lei e na Constituição da República Portuguesa".