Despesa das famílias com a saúde aumenta

Agregados estão a gastar mais com privados. No geral, os gastos com saúde ascenderam a quase 16 mil milhões de euros em 2015.

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Os gastos em saúde representaram 8,9% do PIB em 2015 Rui Gaudêncio (arquivo)

A despesa das famílias com a saúde aumentou 2,7% em 2014, devido principalmente ao aumento de gastos com privados, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), que estima que esta despesa tenha aumentado 2,4% em 2015.

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A despesa das famílias com a saúde aumentou 2,7% em 2014, devido principalmente ao aumento de gastos com privados, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), que estima que esta despesa tenha aumentado 2,4% em 2015.

Os dados da Conta Satélite da Saúde do INE, divulgados nesta segunda-feira, revelam que "em 2014, a despesa corrente das famílias cresceu 2,7% devido, principalmente, ao aumento da despesa em hospitais privados (10,3%), em outras vendas de bens médicos (7,1%) e em prestadores privados de cuidados em ambulatório (2,1%)".

"Em 2013 e 2014, em média, 89,6% da despesa corrente em saúde das famílias centrou-se no financiamento em prestadores privados de cuidados de saúde em ambulatório, em farmácias, em hospitais privados e em todas as outras vendas de bens médicos", especifica o INE.

Em 2014, e face ao período de 2000 a 2003, destacou-se o aumento do peso relativo da despesa em hospitais privados (mais sete pontos percentuais) e em prestadores privados de cuidados em ambulatório (mais 5,7 pontos percentuais). Em sentido inverso, observou-se uma diminuição do peso da despesa das famílias em farmácias (menos 10,7 pontos percentuais).

No âmbito dos prestadores de cuidados de saúde, em 2013 e 2014, ao nível dos principais prestadores, registou-se a diminuição da importância relativa da despesa em hospitais públicos (32% em 2013 e 31,3% em 2014) e em farmácias (15,5% em 2013 e 15,3% em 2014).

Por outro lado, registou-se um aumento do peso da despesa em prestadores privados de cuidados de saúde em ambulatório (19,4% em 2013 e 19,5% em 2014), em hospitais privados (10,2% em 2013 e 10,7% em 2014), em prestadores privados de cuidados auxiliares (4,2% em 2013 e 4,3% em 2014) e em todas as outras vendas de bens médicos (4,1% em 2013 e 4,2% em 2014).

Os dados da Conta Satélite da Saúde do INE indicam ainda que, globalmente, a despesa corrente em saúde aumentou 2% em 2015, sendo que o peso deste crescimento no Produto Interno Bruto (PIB) (8,9% em 2015) foi o mais baixo desde 2003.

O INE revela ainda que já em 2014 se tinha verificado um aumento da despesa corrente em saúde de 0,7%, invertendo a tendência de decréscimo que se registava desde 2011.

O aumento de 2% da despesa corrente em saúde verificado em 2015 traduz-se num total de 15.887,7 milhões de euros (8,9% do PIB e 1.533,85 euros por pessoa).

"Em 2014 e 2015, a importância relativa da despesa corrente pública face à despesa privada voltou a baixar (66,2% em 2014 e 66% em 2015)", acrescenta o INE.