Uma em cada cinco empresas britânicas admite sair do Reino Unido
EasyJet antecipa queda nas vendas em “pelo menos” 5% na segunda metade do ano.
Um quinto dos administradores de empresas britânicas pensa deslocalizar parte da actividade para outro país e cerca de dois terços consideram que a escolha de sair da UE é negativa para os negócios, revela uma sondagem divulgada esta segunda-feira.
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Um quinto dos administradores de empresas britânicas pensa deslocalizar parte da actividade para outro país e cerca de dois terços consideram que a escolha de sair da UE é negativa para os negócios, revela uma sondagem divulgada esta segunda-feira.
O Instituto dos Directores, federação britânica dos dirigentes de empresas, efectuou esta sondagem de sexta-feira a domingo junto de mais de um milhar de membros.
De acordo com o estudo, 64% destes administradores pensam que a saída do Reino Unido da UE ('Brexit'), na sequência do referendo de quinta-feira, vai ser "negativa para a sua actividade". Um quarto (24%) prevê o congelamento dos contratos e mais de um em cada cinco (22%) está a pensar deslocalizar algumas operações.
"Uma maioria das empresas pensa que o 'Brexit' vai ser mau e o efeito imediato é o congelamento ou a redução da escala dos projectos de investimento e novos contratos", comentou Simon Walker, director-geral do Instituto dos Directores.
Num artigo publicado no diário The Times, a directora-geral da maior organização patronal britânica, CBI (confederação das indústrias britânicas), afirmou que o impacto da decisão sobre o 'Brexit' "não deve ser subestimado".
"O Governo deve actuar imediatamente para minimizar as incertezas que pesam sobre as decisões de investimento e travam a criação de empregos", disse Carolyn Fairbairn.
As câmaras de comércio do país pediram também uma clarificação sobre a sequência dos acontecimentos e modalidades deste 'Brexit'.
Nesta segunda-feira, a companhia aérea de baixo-custo britânica EasyJet também já advertiu que o “Brexit” vai ter impacto nas vendas na segunda metade do ano.
A transportadora britânica antecipa que o resultado do referendo vai criar incerteza na economia e entre os consumidores, diminuindo a receita em aproximadamente 5%, “pelo menos”, comparativamente ao período homólogo do ano passado.
Os eleitores britânicos decidiram que o Reino Unido deve sair da UE, depois de o 'Brexit' (nome como ficou conhecida a saída britânica da União Europeia) ter conquistado 51,9% dos votos no referendo de quinta-feira.