Açores oferecem “oportunidades únicas” para instalar uma base espacial
Arquipélago quer acolher um centro de investigação internacional, que deverá ser negociado com a próxima Administração norte-americana.
O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, considera que os Açores oferecem “oportunidades únicas” para a instalação de uma base espacial, que está a ser equacionada para o aeroporto internacional das Lajes, na ilha Terceira.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, considera que os Açores oferecem “oportunidades únicas” para a instalação de uma base espacial, que está a ser equacionada para o aeroporto internacional das Lajes, na ilha Terceira.
“Os desafios para melhor perceber quer as mudanças climáticas quer as suas interacções com os oceanos passam por lançar constelações de satélites e, obviamente, quer as Lajes (na ilha Terceira) quer Santa Maria oferecem oportunidades únicas para se instalarem no futuro novas gerações de lançadores satélites, que podem dar dados até agora inexistentes quer para as empresas quer para a investigação de interesse público e para os investigadores”, afirmou esta segunda-feira Manuel Heitor.
O governante falava aos jornalistas à margem do segundo Workshop Atlantic Interactions: Knowledge, Climate Change, Space and Oceans, que decorre esta segunda-feira na Universidade dos Açores, em Ponta Delgada, e onde será discutido o projecto de instalação de um grande centro de investigação internacional nos Açores, que tem como principal componente a criação de uma base espacial e que entusiasma o Governo Regional dos Açores.
“Neste momento, estamos muito entusiasmados com a perspectiva de ter um centro de investigação científica aqui nos Açores, a reunião em Nova Iorque há cerca de duas semanas correu muito bem, houve de facto um consenso grande de que precisamos de mais colaboração transatlântica nestas áreas e o potencial dos Açores foi claramente revelado e entendido por todos os interlocutores, tanto americanos como europeus”, disse, por seu lado, Fausto Brito e Abreu, secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia, que marcou presença na abertura do encontro.
O workshop conta com a presença de cientistas de todo o mundo, nomeadamente com do Instituto de Tecnologia do Massachusetts (MIT), das universidades de Carnegie Mellon e de Austin, no Texas, entre outras instituições norte-americanas que discutem as mais-valias de estabelecer nos Açores um centro internacional de investigação para o clima, a energia, o espaço e os oceanos.
“Os Açores estão numa posição interessante para medir os gases de efeito de estufa. Os Açores têm também uma interessante posição no meio do Atlântico Norte, estão entre uma corrente quente entre a costa Leste dos Estados Unidos e uma corrente fria da Europa. Portanto, é um sítio interessante para ter também uma estação para avaliar os oceanos”, considerou Ronald Prinn, director adjunto do MIT.
O centro de investigação, previsto para 2017, vai chamar-se Azores International Research Center (AIR Center) e será negociado com a nova Administração norte-americana saída das próximas eleições presidenciais. “Penso que teremos uma política muito mais forte na área do clima se Hillary Clinton for eleita. O grande problema é que a maior parte das pessoas não percebe o que fará Donald Trump nesta área”, considerou o investigador do MIT.
Depois de Nova Iorque e dos Açores, será realizado um terceiro workshop em Bruxelas, a 19 de Setembro, para abordar directamente a Comissão Europeia sobre a possibilidade de instalar nos Açores um centro de investigação científica internacional.