Eurocépticos em França, Itália, Holanda e Dinamarca querem os seus próprios referendos
Marine Le Pen lidera os apelos do grupo da extrema-direita europeia por uma oportunidade de um voto de saída.
Impulsionados pela decisão no Reino Unido de abandonar a União Europeia, os maiores movimentos eurocépticos e de extrema-direita na Europa pediram esta sexta-feira referendos sobre a saída da comunidade europeia nos seus próprios países — ou, no caso de Marine Le Pen, em todos os Estados-membros.
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Impulsionados pela decisão no Reino Unido de abandonar a União Europeia, os maiores movimentos eurocépticos e de extrema-direita na Europa pediram esta sexta-feira referendos sobre a saída da comunidade europeia nos seus próprios países — ou, no caso de Marine Le Pen, em todos os Estados-membros.
“Vitória da liberdade”, escreveu a francesa que lidera a Frente Nacional no Twitter. “Como venho pedindo há muitos anos, é preciso fazer o mesmo referendo na França e nos países da UE”, argumenta a candidata às presidenciais do próximo ano, que, como os seus partidos irmãos no grupo Movimento Europa das Nações e Liberdades, espera sair fortalecida pelo “Brexit”.
“Como muitos franceses, estou muito contente pelo povo britânico se ter aguentado e ter decidido correctamente”, disse mais tarde à rádio RTL. “O que pensávamos ontem ser impossível tornou-se agora possível”, afirmou, na mesma linha do que escreveu o vice-presidente da Frente Nacional, Florian Philippot, e a sua sobrinha e deputada, Marion Le Pen.
Os principais movimentos eurocépticos na Europa usaram o mesmo tom. Em Itália, o Movimento 5 Estrelas de Beppe Grillo, que não quer abandonar a União Europeia, apelou esta sexta a um referendo sobre a moeda única. Já o líder do partido xenófobo e anti-imigração Liga Norte, Matteo Salvini, pede um “Brexit” à italiana. “Obrigado, Reino Unido. Agora é a nossa vez”, escreveu nas redes sociais.
Acontece o mesmo na Holanda. “Holanda será a próxima”, defendeu Geert Wilders, uma das vozes mais sonantes do movimento eurocéptico e anti-imigração na Europa, repetindo os mesmos argumentos ouvidos nas últimas semanas no Reino Unido: “Queremos recuperar o controlo sobre o nosso país, o nosso dinheiro, as nossas fronteiras e a nossa política de imigração.”
Na Dinamarca, é o Partido Popular Dinamarquês — anti-imigração e a segunda força política — quem carrega a bandeira por um referendo próprio sobre a União Europeia, que, na opinião do seu líder, Kristian Thulesen Dahls, deve ser realizado caso o país não reforme a sua relação com Bruxelas. “Se uma maioria no Parlamento não se quiser envolver nisto, por que não perguntar num referendo aos dinamarqueses em que se decida o caso?”, lançou Dahls esta sexta-feira.