Financiamento de A Guerra dos Tronos pode sofrer cortes com Brexit

A série, que recebe fundos europeus para filmagens em países como a Irlanda do Norte, poderá ser afectada pelo resultado do referendo no Reino Unido.

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O elenco de Guerra dos Tronos a 67ª edição dos Emmy, em 2015. AFP PHOTO / VALERIE MACON

À primeira vista, a série A Guerra dos Tronos em nada se relaciona com o referendo que se realiza, esta quinta-feira, para decidir a permanência ou a saída do Reino Unido da União Europeia. No entanto, a série de fantasia da HBO, que emite o episódio final da sexta temporada este domingo nos EUA, está lado a lado com as economias europeias que se poderão ressentir caso o “Leave” saia vitorioso: uma vez que os custos de produção das rodagens em localização foram, até agora, cobertos em parte pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

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À primeira vista, a série A Guerra dos Tronos em nada se relaciona com o referendo que se realiza, esta quinta-feira, para decidir a permanência ou a saída do Reino Unido da União Europeia. No entanto, a série de fantasia da HBO, que emite o episódio final da sexta temporada este domingo nos EUA, está lado a lado com as economias europeias que se poderão ressentir caso o “Leave” saia vitorioso: uma vez que os custos de produção das rodagens em localização foram, até agora, cobertos em parte pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

A série, que já foi filmada em países como Espanha, Croácia e Malta e tem como uma das localizações principais a Irlanda do Norte, poderá sofrer as consequências de uma possível saída do Reino Unido da União Europeia, que arrastaria a Irlanda do Norte e, assim, cessaria o financiamento europeu para a história dos Stark, Lannister ou Tyrell.

Guerra dos Tronos não será a única série afectada caso se verifique o Brexit. De acordo com a revista Foreign Policy, “ao longo dos últimos anos, projectos de cinema e televisão britânicos receberam 32 milhões de dólares de organizações como a Creative Europe”. Entre os projectos apoiados, encontram-se os filmes Carol, Brooklyn e o documentário Amy.

Várias personalidades ligadas ao cinema, à televisão, à literatura, à dança e às artes têm tornado pública a sua oposição ao Brexit. O escritor John Le Carré e actores como Benedict Cumberbatch e Keira Knightley, ou Daniel Portman e Kate Dickie, actores de Guerra dos Tronos, querem ficar na UE, como tornaram claro numa carta enviada ao The Telegraph na defesa de uma Europa “mais imaginativa e mais criativa”.

John Kampfner, chefe executivo do British Industry Group, disse à Foreign Policy que “96% dos membros da Creative Industries Federation são contra o Brexit”. A verificar-se a sua vitória no referendo, os reinos de Westeros poderão acompanhar a recessão prevista para o Reino Unido e ver o cinto apertado no seu orçamento.