Hotelaria no Verão com preços mais altos mas menos ocupação
Inquérito revela que os empresários esperam uma época alta melhor do que a do ano passado
Os hoteleiros esperam um Verão melhor do que o do passado em termos de preços médios e receita por quarto disponível, mas estão menos optimistas quanto às taxas de ocupação. De acordo com um inquérito da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), pouco mais de metade dos empresários esperam uma taxa de ocupação superior a 80%. O ano passado a percentagem de inquiridos que antecipava uma ocupação dessa ordem era de 58%.
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Os hoteleiros esperam um Verão melhor do que o do passado em termos de preços médios e receita por quarto disponível, mas estão menos optimistas quanto às taxas de ocupação. De acordo com um inquérito da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), pouco mais de metade dos empresários esperam uma taxa de ocupação superior a 80%. O ano passado a percentagem de inquiridos que antecipava uma ocupação dessa ordem era de 58%.
Quanto ao preço médio por quarto vendido, as expectativas são mais optimistas: 74% dos hoteleiros apontam para uma melhoria (em 2015 eram 65%) e 75% acredita que a receita por quarto disponível (o chamado RevPar) deverá ser superior à do verão passado.
“Os hoteleiros estão mais optimistas quanto ao preço e menos quanto à taxa de ocupação”, disse nesta quarta-feira a presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP), Cristina Siza Vieira, na apresentação dos resultados do Inquérito AHP Tourism Monitor.
A maioria (73%) dos hoteleiros considera que a estada média dos turistas vai ser igual, sendo que 45% está à espera que esta seja de um a três dias e 39% entre três e cinco dias.
A par dos resultados do inquérito, Cristina Siza Vieira apresentou também projecções da AHP, com base nos resultados daquilo que foi o primeiro quadrimestre deste ano, e estimou que o verão de 2016 “vai fechar, num cenário conservador, com um crescimento da taxa de ocupação", que se situará entre 86% e 87% de Julho a Setembro, representando mais dois a três pontos percentuais do que no ano passado (83,66%).
Por sua vez, o preço médio por quarto deverá aumentar entre 11% e 15%, para entre 98 euros e 101 euros, assim como RevPar, que deverá ter uma subida entre os 14% e os 17%, para valores que se situam entre os 84 euros e os 87 euros.
O mercado nacional vai marcar pontos este ano, dada a sua “clara ascensão” em Portugal Continental, tendo destronado o Reino Unido no Algarve e França no Norte, como mostrou Cristina Siza Vieira.
Já no que diz respeito aos Açores, o mercado nacional abandona a liderança, fica em segundo lugar, e cede o lugar à Alemanha, o mesmo sucedendo na Madeira, onde deixa a segunda posição para passar para terceiro lugar. Os principais mercados para a Madeira serão agora o Reino Unido e a Alemanha.
Em termos globais, os mercados principais serão o português, francês e o espanhol.
Por outro lado, a AHP realizou ainda um inquérito entre 14 e 20 de Junho deste ano, com uma amostra de 25%, para analisar o impacto de grandes eventos no Porto e Norte e em Lisboa.
Em Lisboa, um dado curioso está relacionado com a realização da Web Summit, que decorrerá em Novembro: “37% ainda não têm reservas. Os outros 63% já têm pré-reservas e algumas reservas, mas não há indicação de mercados para a hotelaria”, disse Cristina Siza Vieira.
Ainda assim, acrescentou, que 81% dos hoteleiros estima que o Web Summit terá um impacto positivo no preço médio da sua unidade hoteleira e 72% esperam melhor taxa de ocupação por quarto. No final do verão, a AHP vai realizar um novo inquérito para avaliar a evolução desta realidade.
Já quanto ao Rock in Rio, 64% considera que teve um impacto positivo na taxa de ocupação quarto e 67% no preço médio, enquanto na Área Metropolitana de Lisboa, para 50% o impacto foi positivo na taxa de ocupação quarto e para 52% no preço médio. Os principais mercados foram Portugal, Inglaterra e França.
Quanto ao Nos Alive, que decorrerá em julho, 42% considera que irá ter um impacto positivo na sua taxa de ocupação.
Na Área Metropolitana de Lisboa, o evento terá um impacto positivo na taxa de ocupação apenas para 33% e no preço para 42%.
A AHP destacou a relevância do mercado francês neste evento, seguindo-se a Espanha e o Reino Unido.