Barragem do Tua começou a encher

Plataforma Salvar o Tua vai ser recebida pela Embaixadora que preside à Comissão Nacional da UNESCO.

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Paulo Pimenta

A EDP fechou o circuito de derivação que permitia ao rio Tua juntar-se ao Douro e a albufeira da barragem começou a encher. A notícia foi dada pela Plataforma Salvar o Tua (PST), a mesma que ainda não desistiu de impedir a construção da barragem e que quer acreditar que ainda é possível reverter esta decisão.

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A EDP fechou o circuito de derivação que permitia ao rio Tua juntar-se ao Douro e a albufeira da barragem começou a encher. A notícia foi dada pela Plataforma Salvar o Tua (PST), a mesma que ainda não desistiu de impedir a construção da barragem e que quer acreditar que ainda é possível reverter esta decisão.

“Apesar da crescente contestação, a morte lenta do Vale do Tua começou a 13 de Junho, com o início do enchimento daquela que será a albufeira criada pela construção da barragem”, escreve a plataforma em comunicado.

A PST, que tem assento na Comissão de Acompanhamento Ambiental da obra, diz que este enchimento que agora começou não pode ser definitivo, até porque as obras do empreendimento estão muito atrasadas. Segundo a Plataforma, ainda não foram instaladas todas as comportas dos descarregadores de emergência, estão por finalizar os túneis de devolução de água das turbina e a ligação da central hidroeléctrica à rede eléctrica nacional ainda não existe. “O empreendimento não terá condições para funcionar antes de 2017”, refere a Plataforma.  

E informa que questionou a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), enquanto Autoridade Nacional de Segurança de Barragens, sobre os fundamentos de se ter iniciado uma operação de enchimento sem que os membros da Comissão de Acompanhamento Ambiental da obra tivessem sido informados. “A PST reitera que a inundação em curso não é uma operação necessária, apenas uma fuga para a frente, uma política de terra queimada”, acusam.

Relativamente à campanha "O último ano do Tua" que foi agilizada nas redes sociais, com o pedido de mobilização para envio à UNESCO de cartas a pedir a suspensão da construção, a PST contabiliza em mais de 24 mil o número de missivas enviada. E acusa a UNESCO de “sacudir a água do capote” ao atirar a responsabilidade para o estado português. “Depois de anos de silêncio deste organismo nacional, a diplomata acedeu agendar uma reunião com a PST”, informam.