Presidente do Eurogrupo renova críticas à Comissão Europeia
Saída de Portugal e Espanha do procedimento por défice excessivo vai ser debatido no Ecofin de sexta-feira.
O Presidente do Eurogrupo alertou esta terça-feira a Comissão Europeia para que não trate os países do euro de forma diferente.
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O Presidente do Eurogrupo alertou esta terça-feira a Comissão Europeia para que não trate os países do euro de forma diferente.
Jeroen Dijsselbloem está preocupado que as regras orçamentais sejam aplicadas de forma diferente entre países maiores e países mais pequenos, levando a um total desrespeito por tudo o que foi acordado até hoje.
"A Comissão tem de entender que tem o pacto [de estabilidade e crescimento] nas suas mãos... e, se as pessoas sentem que há uma diferença no tratamento entre os vários países membros, torna-se mais difícil pedir a todos nós que cumpramos com que foi acordado," disse o ministro das finanças holandês no Parlamento Europeu.
Esta não é a primeira vez que o presidente do Eurogrupo critica a Comissão Europeia pela forma como aplica as regras orçamentais.
O Presidente da Commissão Europeia, Jean-Claude Juncker, disse no início do mês que a "França é a França” e por isso tem tido perdões consecutivos para corrigir as suas falhas orçamentais -- o que não agradou a Dijsselbloem. Na altura, este respondeu, dizendo: “Se o presidente da Comissão diz que as coisas se aplicam de forma diferente para a França, então isso prejudica realmente a credibilidade da Comissão como guardiã do pacto.”
Esta terça-feira, Dijsselbloem disse que ainda não conseguiu perceber o comentário do presidente da comissão, que "alimenta esta preocupação, em particular entre os países mais pequenos, que as economias maiores recebem outro tipo de tratamento"
Para Dijsselbloem a discussão em volta da aplicação das regras orçamentais é também sobre "confiança" entre os países do euro. "Vamos ter cuidado com (as regras) que acordámos e levá-las a sério," afirmou.
Numa referência a Portugal, o presidente do Eurogrupo afirmou haver "preocupações" face ao que foi decidido pela Comissão sobre Portugal e Espanha e Portugal, já que a decisão parece "indicar tempo suplementar" para resolver a questão do procedimento por défice excessivo, algo que, diz "levanta muitas questões sobre se as regras estão a ser aplicadas correctamente". De acordo com Dijsselbloem, esse será um dos temas da reunião do ministros das Finanças da UE (Ecofin), que se realiza na sexta-feira.