Microsoft vai comprar LinkedIn por 23 mil milhões de euros
O acordo é um dos maiores negócios da história da Microsoft.
Fixe este número: 26.200 milhões de dólares (23 mil milhões de euros) ou 196 dólares (174 euros) por acção. É este o preço que a Microsoft vai pagar para comprar o LinkedIn, a maior rede social profissional do mundo. O negócio, anunciado nesta segunda-feira pelas duas empresas, é o maior da história da gigante tecnológica fundada por Bill Gates.
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Fixe este número: 26.200 milhões de dólares (23 mil milhões de euros) ou 196 dólares (174 euros) por acção. É este o preço que a Microsoft vai pagar para comprar o LinkedIn, a maior rede social profissional do mundo. O negócio, anunciado nesta segunda-feira pelas duas empresas, é o maior da história da gigante tecnológica fundada por Bill Gates.
A Microsoft vai manter o actual presidente do LinkedIn, Jeff Weiner, à frente da plataforma e a expectativa é concluir o acordo até ao final do ano.
“A equipa do LinkedIn fez crescer um negócio fantástico centrado em ligar os profissionais de todo o mundo”, afirmou o director executivo da Microsoft, Satya Nadella. “Juntos podemos acelerar o crescimento do LinkedIn, bem como do Microsoft Office 365 e do Microsoft Dynamics [software para empresas], de modo a dar a cada pessoa e a cada organização do planeta mais poder”.
Satya Nadella chegou ao lugar de presidente executivo da poderosa Microsoft apenas em 2015 e, invariavelmente, verá o seu mandato ficar marcado por esta operação. Só Satya Nadella parece ter conseguido levar por diante uma entrada a sério da Microsoft no cada vez mais omnipresente mundo das redes sociais – aparentemente desvalorizadas pelo fundador da empresa, Bill Gates.
O LinkedIn, que tem uma comunidade à escala mundial de 433 milhões de pessoas, funciona como uma plataforma para contactos profissionais, com ferramentas tanto para quem procura trabalho como para recrutadores. Em 2015, as receitas da plataforma cresceram 35%, para 2719 milhões de euros. Contudo, os prejuízos atingiram os 151 milhões. Com o anúncio da compra, as acções do LinkedIn chegaram a valorizar 47% e ao final do dia, no fecho da bolsa, os títulos mantiveram a forte valorização (+46,67%). As da Microsoft reagiram com quedas pouco superiores a 4% e fecharam a descer 2,60%.
Mas não se trata, apenas, de comprar uma rede com todos os seus utilizadores, como se se tratasse da aquisição de uma base de dados. O que Nadella quis deixar bem claro foi o potencial que entende existir no crescimento das duas empresas. Fê-lo, desde logo, no e-mail que todos os colaboradores da Microsoft receberam esta segunda feira pela manhã.
“Pensem nisto: a forma como as pessoas procuram empregos, desenvolvem competências, vendem, compram, trabalham e, ultimamente, conquistam reconhecimento exige um mundo profissional conectado. Exige uma rede vibrante que junte as informações do perfil profissional do LinkedIn com a informação do Office 365 e do Dynamics. Esta combinação vai tornar possível uma nova experiencia. Por exemplo, a página de cada um no LinkedIn pode passar a ser alimentada com artigos acerca do trabalho que estão a desenvolver e o Office pode sugerir-vos o nome do especialista que tem o currículo no LinkedIn e que vos vai ajudar a resolver o problema que têm em mãos. Ao mesmo tempo que estas experiências se tornam mais inteligentes, o envolvimento tanto com o LinkedIn como com o Office vai, necessariamente, aumentar”, explicou Satya Nadella. Além disso, e como reparou alguma imprensa especializada, como o TechCrunch, a Microsoft passará ainda a ter um poderosíssimo canal de vendas para os seus produtos.
Jeff Weiners, presidente do LinkdIn também enviou um e-mail aos trabalhadores, tornado público na sua página pessoal. Nele, refere-se ao dia em que o sonho “se tornou realidade”. “Imaginem um mundo onde já não estamos a olhar para titãs tecnológicos como a Apple, a Google, a Microsoft, a Amazon, e o Facebook, a pensar como seria operar à sua extraordinária escala porque, agora, somos um deles”, escreveu.
Mas a aquisição da Microsoft não parece ter convencido a Moody's. A agência de notação financeira já veio dizer que poderá rever o rating de AAA que atribui à empresa, tendo em conta que a operação de compra será financiada através de dívida.