A Festa Portugueza, com certeza
Um regresso às origens e ao que de melhor temos na música portuguesa, um relato de jogo totalmente inédito pelo meio e uma festa que poderá ser considerada um mini-festival
Pedro Caldeirão e Naper são aquele tipo de amigos que se encontra uma vez na vida e ainda têm a sorte de celebrarem o mesmo amor pela música e pelas festas que celebram a vida boémia da cidade de Lisboa.
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Pedro Caldeirão e Naper são aquele tipo de amigos que se encontra uma vez na vida e ainda têm a sorte de celebrarem o mesmo amor pela música e pelas festas que celebram a vida boémia da cidade de Lisboa.
Unidos pelo mesmo ritmo, ambos estão já por detrás de projetos como as noites Aerobica e pelas festas OpAmp, sendo por isso não só fiéis espectadores do que de melhor se dança por cá, mas também fiéis treinadores fora da plateia.
Foi em Abril que surgiu a primeira oportunidade de abrançarem um projeto a quatro mãos, quando organizaram uma dupla festa da Discorrilha - X anos Depois da Cena, que juntou muita gente amiga da velha guarda musical.
Os resultados foram de tal forma positivos que a vontade de começarem a meter os outros a dançar ganhou uma nova dimensão e foi assim que se decidiram lançar à organização da Festa Portugueza, um evento que já tinha acontecido em 2015 no Porto e que chega agora a Lisboa, marcando o compasso da sua segunda edição. Será no dia 18 de Junho e, como não poderia deixar de ser, é um cozido que cheira a sardinhas e a manjerico e que promete ferver de muitos e diferentes ritmos, numa viagem que vai desde o saudosismo de outros tempos àquilo a que podemos prever como ‘Os arraiais do Futuro’.
Contam-nos por entre risos que não foi um exercício de equilibrismo fácil até porque, quando estavam a afinar os últimos acordes, perceberam que a festa ia calhar em dia de jogo e o primeiro pensamento foi mesmo ‘Ok, estamos lixados.’. Mas como bons portugueses que são, arregaçaram mangas e, mesmo com prazos apertados, conseguiram montar a festa a tempo e colocar num mesmo cartaz nomes que vão do pop à electrónica e às influências dos palops.
O resultado vai ser mais ou menos isto: um regresso às origens e ao que de melhor temos na música portuguesa, um relato de jogo totalmente inédito pelo meio e uma festa que poderá ser considerada um mini-festival, não só pela qualidade dos nomes em questão, como pelo tempo de duração: serão 14 horas para bailar sem parar com o cheiro a manjericos pelo ar.
Com início marcado para as 16h00 (o que ainda nos permite dormir até tarde, para nos restabelecermos das noites dos Santos da semana anterior), os primeiros a subir ao palco são Rui Pregal da Cunha (Heróis do Mar), Pedro de Tróia (Capitães da Areia) e Tomás Wallenstein (Capitão Fausto), que chegam com a promessa de nos levarem numa viagem a alta velocidade pela pop Portuguesa.
Pelo meio ainda aparecerão alguns austríacos e é nessa altura que Alvim presta os seus serviços de narração desportiva, com um DJ set na desportiva a finalizar a nossa vitória (com certeza) em beleza. Do Mundo para este terraço com vista para o rio, vamos ainda navegar até aos ritmos negros anglo-saxónicos pelas mãos dos Irmãos Mentiras com Rui Miguel Abreu & Scúru Fitchádu e, porque nem só de passado se faz a nossa Portucalidade, há ainda espaço para o chamado ‘Arraial do Futuro’ ao ritmo dos DMA - Disco My Ass (que não nos atrevemos a contar-vos do que se trata) e para o fim os Disco Extendes reservaram um desfecho com o melhor da música electrónica, para mexermos o esqueleto até de madrugada.
Posto isto, se ainda assim decidirem passar o dia a torrar ao sol, lembrem-se que não foi assim que os nossos marinheiros conquistaram o mundo. Ou, então, torrem só até às 16h00.