OCDE pede mais investimento público e privado nos países da zona euro

Organização alerta para o risco do referendo no Reino Unido poder ter implicações importantes no desempenho económico europeu.

Foto
Taxa elevada de emprego é uma das preocupações da OCDE. Foto: Paulo Pimenta

 

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

 

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) pediu esta sexta-feira o aumento do investimento público e privado para potenciar o crescimento económico, acrescentando que o investimento está ainda longe do período pré-2007.

No seu relatório anual para a zona euro, a OCDE sublinha que, "ao contrário dos Estados Unidos, o investimento ainda está muito abaixo dos níveis de 2007, em particular nos países mais atingidos pela crise", como Portugal.

O desemprego é também "muito elevado em muitos países" e a instituição frisa ainda duas perturbações na integração europeia: o referendo deste mês no Reino Unido em torno da permanência ou não na União Europeia (UE), que poderá ter "implicações importantes no desempenho económico" europeu, e o acentuar de "tensões políticas" em vários Estados-membros com a crise de refugiados.

"A resolução da crise de refugiados iria reforçar a confiança institucional na UE assim, melhorar as perspectivas de crescimento", frisa a OCDE.

O texto da entidade sedeada em Paris, França, divulgado esta sexta-feira, pede ainda aos países com "espaço orçamental" para potenciarem o investimento com vista a crescer economicamente - "tendo em conta os profundos cortes no investimento público desde a crise financeira global" a OCDE recomenda o aumento do "apoio público para projectos-chave de investimento".

Contudo, a organização pede também o potenciar do investimento privado, mesmo admitindo que "a falta de previsibilidade e estabilidade da legislação continua a ser um importante obstáculo à actividade das empresas na UE".

"Por outro lado, um progresso mais rápido em reformas fiscais e estruturais deverá aumentar o crescimento em relação à projecção" da OCDE, reconhece a entidade.

De "particular importância", continua o texto dedicado à zona euro, é aperfeiçoar mecanismos como a união bancária e o mercado único europeu.

No começo de Junho, a OCDE havia piorado as estimativas de crescimento económico da zona euro para 1,6 por cento este ano e 1,7% no próximo, defendendo que os diferentes governos devem fazer mais para acelerar o Produto Interno Bruto (PIB) dos países da moeda única europeia.

Nas previsões económicas divulgadas no começo do mês, a organização reviu em baixa a perspectiva de crescimento económico da zona euro, para 1,6% este ano e para 1,7% no próximo, quando em Novembro estimava que o PIB avançasse 1,8% e 1,9%, respectivamente.