Caso de agressão sexual que envolve De Gea abala selecção espanhola
Testemunha denuncia um alegado encontro num hotel de luxo de Madrid, em 2012. Guarda-redes espanhol garante que tudo é mentira.
A notícia foi publicada nesta sexta-feira pelo Eldiario.es e está a causar incómodo junto da comitiva espanhola presente no Euro 2016. David De Gea, um dos 23 convocados da campeã europeia em título, e Iker Muniain, atacante do Athletic Bilbau, são acusados por uma mulher de envolvimento num caso de agressão sexual no âmbito de um processo que visa, em primeira instância, um produtor de cinema pornográfico. O guarda-redes já veio a público desmentir esta versão.
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A notícia foi publicada nesta sexta-feira pelo Eldiario.es e está a causar incómodo junto da comitiva espanhola presente no Euro 2016. David De Gea, um dos 23 convocados da campeã europeia em título, e Iker Muniain, atacante do Athletic Bilbau, são acusados por uma mulher de envolvimento num caso de agressão sexual no âmbito de um processo que visa, em primeira instância, um produtor de cinema pornográfico. O guarda-redes já veio a público desmentir esta versão.
Ignacio Allende Fernández, também conhecido como Torbe, é o alvo central de uma investigação de abuso e tráfico de seres humanos para exploração sexual, acusações às quais se juntam os crimes de extorsão, pornografia infantil, branqueamento de capitais e fuga ao Fisco. O produtor, de resto, está em prisão preventiva desde Abril, depois de ter sido detido juntamente com outros cinco suspeitos.
Do processo em causa, de acordo com o que confirmam fontes policiais à imprensa espanhola, constam também os nomes dos dois futebolistas. Uma testemunha protegida - justamente a que desencadeou as investigações - relatou às autoridades que foi conduzida por Torbe a um hotel de luxo em Madrid, em 2012, para se encontrar com outra mulher, com Iker Muniain e um segundo jogador que na altura não identificou.
Segundo a versão da queixosa - que numa segunda fase indicou o guarda-redes do Manchester United como o "promotor" do encontro que decorreu no quarto de hotel -, os pedidos dos futebolistas terão sido integralmente satisfeitos, surgindo depois alegadas ameaças e a exigência de que nada fosse gravado "para não afectar as carreiras" de ambos. O testemunho, de resto, denuncia agressões "físicas e sexuais" e vários tipos de ameaças.
As autoridades atribuem "um alto grau de veracidade" a esta versão dos acontecimentos, já que há um registo de troca de mensagens de Whatsapp entre os dois jogadores e o produtor entretanto detido.
Até à data, nem a polícia nem o juiz notificaram os dois jogadores, tendo a última declaração da queixosa sido proferida no dia 6 de Maio. Ouvido pelo Eldiario.es, o agente de Iker Muniaín, Txus Medina, manifestou estranheza: "Desconhecemos o tema absolutamente, ninguém da polícia nem do tribunal entrou em contacto connosco para prestar qualquer tipo de informação", vincou.
Na conferência de imprensa da selecção de Espanha prevista para a tarde desta sexta-feira, na Isla de Ré, havia a expectativa de que o próprio David De Gea pudesse estar presente para esclarecer o assunto, mas inicialmente os escolhidos foram Aduriz e Bellerín, que concertaram o discurso quando questionados sobre a polémica: "Vou dizer isto uma vez: não vamos dizer absolutamente nada sobre o tema”, assinalou o avançado.
Minutos mais tarde, porém, o guarda-redes compareceu mesmo perante os jornalistas para prestar esclarecimentos. "Sou o primeiro surpreendido com tudo isto. Quero desmenti-lo. É uma mentira e uma falsidade", declarou de forma taxativa, rejeitando qualquer hipótese de deixar a selecção espanhola.
De resto, De Gea garante que foi, ele próprio, surpreendido: "Estava tranquilo no hotel, estava a jogar Playstation e informaram-me da notícia. Tive de ligar à família, que já me conhece bem e sabe que é falso", revelou, sem querer alongar-se sobre o assunto. "Isto está nas mãos dos meus advogados. Eu estou muito tranquilo. Sei o que faço com a minha vida, sei que é falso e pouco mais tenho a dizer, na verdade".