Dificuldades na estatística marcam provas de aferição de Matemática

A prova desta quarta-feira foi vista por professores e alunos como mais exigente que a prova de Português.

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Actualmente, o número máximo de alunos por turma varia entre 26 e 30 Nelson Garrido

Os alunos da EB2/3 Santa Marinha, em Vila Nova de Gaia, não escondem que a prova de aferição que realizaram nesta quarta-feira não correu da melhor maneira: “Correu mais ou menos, foi mais difícil que a de Português”, admitiu Nuno. “Essa era mesmo fácil. Na de matemática é que já tivemos mais dificuldades”, completa Diogo, o colega de turma do 5.º B. Nuno empancou na construção de triângulos, já Diogo achou mais difícil a estatística. As tabelas de frequências e os gráficos também dificultaram a prova a Tomás e Igor.

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Os alunos da EB2/3 Santa Marinha, em Vila Nova de Gaia, não escondem que a prova de aferição que realizaram nesta quarta-feira não correu da melhor maneira: “Correu mais ou menos, foi mais difícil que a de Português”, admitiu Nuno. “Essa era mesmo fácil. Na de matemática é que já tivemos mais dificuldades”, completa Diogo, o colega de turma do 5.º B. Nuno empancou na construção de triângulos, já Diogo achou mais difícil a estatística. As tabelas de frequências e os gráficos também dificultaram a prova a Tomás e Igor.

Ao falar com o PÚBLICO, foram vários os alunos do 5.º ano desta escola que referiram as dificuldades nos exercícios de estatística que fizeram parte da prova de aferição de Matemática, realizada nesta quarta-feira de manhã.

Os professores desta escola também reconhecem a dificuldade da prova. A directora da EB2/3 Santa Marinha disse ao PÚBLICO, em nome dos professores vigilantes, que a prova tinha um grau de dificuldade elevado para alunos do 5.º ano. A prova, com a duração de 90 minutos, cumpriu o programa escolar deste ano lectivo, garante Maria José Carvalho.

Matemática é por norma, entre as duas principais, a disciplina que provoca mais dificuldades aos alunos até ao ensino secundário. Igor e Tomás, apesar de dizerem que olham para a prova “como outro teste qualquer”, reconhecem que a disciplina é um calcanhar de Aquiles. A mãe de Igor viu-o na ansiedade do filho, “aluno de quatros e cincos”, que esta manhã tinha os nervos à flor da pele.

Pensavam que contava para a nota

Todos os alunos com quem o PÚBLICO falou não esconderam que estavam nervosos antes da prova. Aos estudantes do 5.º ano da EB2/3 Santa Marinha, os professores disseram que a prova contava para nota. “O professor de Matemática disse que se nós tirarmos negativa, nos vai dar negativa no final do período”, referiu um dos alunos do 5.º D, enquanto os colegas acenavam em concordância. Depois da prova, dado "o elevado grau de dificuldade da mesma", a directora afirmou ao PÚBLICO que não acredita que "algum professor prejudique os alunos por causa desta prova". "O ministério realmente usou, desta vez, uma prova muito difícil para alunos desta faixa etária".

Maria José Carvalho admite, no entanto, que os professores podem ter dito que a prova entrava para a média de final do ano, "para que os alunos se esforcem para ter um bom desempenho na prova". Por "ser um teste a sério", o grupo de alunos do 5.º D admite que estudou para a prova.

Nesta escola no centro de Vila Nova de Gaia, cerca de 50 alunos realizaram esta quarta-feira a prova de aferição de Matemática. No total, estiveram dez professores deslocados ao serviço da prova, entre vigilantes e secretariado. Na parte da tarde, são os alunos do 8.º ano que aferem os conhecimentos à mesma disciplina, das 14h30 às 16h.

Este ano, excepcionalmente, uns fazem a prova, mas outros não. Nuno não acha isso mal e Diogo também não se importa. “Ficamos um bocado nervosos, como hoje tivemos um professor novo, que não conhecíamos, mas eu não me importo de fazer”, afirmou ao PÚBLICO, Diogo, aluno do 5.º ano. Em 2016/17, as provas de aferição a meio de ciclo (2.º, 5.º e 8.º anos) vão ser obrigatórias em todas as escolas portuguesas, de acordo com o Ministério da Educação.

Espera-se que os cerca de 125 mil alunos que na passada segunda-feira realizaram a prova de aferição de português completem esta quarta-feira a prova de Matemática. É de 57% a percentagem de escolas que durante esta semana confiaram na medida do Ministério de Tiago Brandão Rodrigues, que pretende entregar a encarregados de educação e professores um diagnóstico sobre o conhecimento dos alunos com base nos resultados destas provas.

Cerca de cinco mil alunos faltaram nesta quarta-feira às provas de aferição de Matemática do 2.º, 5.º e 8.º ano, o que representa apenas 4% do total de inscritos. No 2.º ano a prova de Matemática, que incluía também perguntas de Estudo do Meio, foi realizada por 40.872 alunos; no 5.º ano por 42.106 e no 8.º por 41.272.

 

Texto editado por Hugo Torres