Alunos do secundário continuam a fugir de Física e Matemática
Dados relativos aos exames nacionais mostram que a proporção dos alunos que pretendem candidatar-se ao superior baixou mais uma vez.
Apesar das médias positivas alcançadas no ano passado, os alunos do ensino secundário continuam a fugir dos exames de Matemática A (12.º ano) e Física e Química A (11.º ano). Por comparação a 2015, há cerca de menos 2300 alunos inscritos no exame de Física (o seu número passou de 50.997 para 48.703) e uma quebra de perto de 1700 no caso de Matemática A (50.695 para 48.981).
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Apesar das médias positivas alcançadas no ano passado, os alunos do ensino secundário continuam a fugir dos exames de Matemática A (12.º ano) e Física e Química A (11.º ano). Por comparação a 2015, há cerca de menos 2300 alunos inscritos no exame de Física (o seu número passou de 50.997 para 48.703) e uma quebra de perto de 1700 no caso de Matemática A (50.695 para 48.981).
Estas são as quebras mais acentuadas e sucedem num ano em que o total de inscritos nos exames nacionais do secundário aumentou de 157.264 para 160.018, como mostram os dados provisórios divulgados nesta quarta-feira pelo Ministério da Educação. Sem estas disciplinas, os alunos não poderão concorrer a cursos nas áreas das tecnologias e engenharias, o que já levou a que vários destes cursos tenham ficado sem candidatos nos últimos anos.
A Ordem dos Engenheiros alertou já, por mais que uma vez, para esta situação, que atribui essencialmente ao tipo de exames que tem sido proposto a Física e Química A, a disciplina que habitualmente tem resultados mais baixos e que é um das exigidas para a entrada nos cursos desta área. A manter-se a tendência, Portugal terá em breve de ir buscar profissionais desta área lá fora, frisou ainda.
Também o presidente do Instituto de Avaliação Educativa (Iave), Hélder de Sousa, admitiu, em entrevista ao PÚBLICO em 2015, que os resultados dos exames de Física e Química A, e também de Matemática A, “espelham porventura um nível de exigência desadequado” o que está a afugentar alunos “ de uma área que para o nosso desenvolvimento, enquanto país, é essencial, que é a área das tecnologias”. “Os resultados obtidos nas duas disciplinas começam a desviar-se daquilo que é o reconhecido como adequado”, reconheceu.<_o3a_p>
Por essa razão, o Iave, que é organismo responsável pela elaboração e classificação dos exames, procedeu a um “afinamento” dos critérios de classificação e das pontuações atribuídas aos vários itens, que se traduziu numa subida das médias em 2015. A Matemática A, os alunos internos ( os que frequentam as aulas até ao fim) tiveram uma média de 12, a mais alta dos últimos anos e Física e Química subiu para terreno positivo com um resultado de 9,9 numa escala de 0 a 20. Mas esta evolução ainda não produziu os efeitos esperados, já que os alunos continuam a fugir destas duas disciplinas. <_o3a_p>
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Os dados relativos aos exames nacionais divulgados, nesta quarta-feira, pelo Ministério da Educação (ME) mostram ainda que o número de alunos que afirmam pretender candidatar-se ao ensino superior continua em queda: são agora 55% dos inscritos. Em 2013 esta percentagem estava nos 61%.
Uma das perguntas a que os estudantes têm de responder quando se inscrevem para os exames diz respeito às suas intenções futuras de estudo, mais concretamente se pretendem candidatar-se ao ensino superior. Embora os que pretendam prosseguir para este nível de ensino continuem a ser a maioria, o seu peso tem vindo a diminuir, uma tendência que tem sido justificada com a redução dos rendimentos das famílias e o aumento do desemprego entre os licenciados, fruto da crise económica dos últimos anos.<_o3a_p>
Depois de ter estado em queda durante sete anos, o número de candidatos subiu em 2015. Para esta situação, segundo responsáveis do ensino superior, terá contribuído a melhoria das médias de exame então registada.<_o3a_p>
Voltando ao número de inscritos por exame, verificam-se subidas a Português, Inglês, Filosofia, História A, Geografia A e também a Bilogia e Geologia, uma disciplina que é pedida pelos cursos de saúde. O exame de Português, que no próximo dia 15 estreia a nova temporada de exames, é obrigatória para todos os alunos do 12.º ano. Estão inscritos 75.564. Em 2015 eram 72.986.
Segundo o ME, estes são “dados provisórios, já que não contemplam inscrições fora de prazo no secundário nem inscrições dos alunos do 9.º ano que no final do ano lectivo não reúnam condições de admissão às provas finais”. Nesta altura, estima-se que 98.843 alunos do 9.º ano irão realizar os exames de Português e Matemática, os únicos neste ano de escolaridade. <_o3a_p>
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