Jorge Calado é o prémio Universidade de Lisboa 2016
Químico e professor do Instituto Superior Técnico até 2007, é conhecido pela sua capacidade de ligar a arte à ciência e pelo seu papel na crítica musical e na fotografia.
O Prémio Universidade de Lisboa 2016 foi atribuído nesta terça-feira ao químico e divulgador de ciência Jorge Calado, de 78 anos, que durante quase três décadas foi professor catedrático de química-física no Instituto Superior Técnico (IST), até 2007. São atribuídos 25.000 euros com o prémio.
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O Prémio Universidade de Lisboa 2016 foi atribuído nesta terça-feira ao químico e divulgador de ciência Jorge Calado, de 78 anos, que durante quase três décadas foi professor catedrático de química-física no Instituto Superior Técnico (IST), até 2007. São atribuídos 25.000 euros com o prémio.
Jorge Calado “cruzou saberes, cultivou de modo singular as ciências e as humanidades tornando-as acessíveis e atraentes para um público alargado”, lê-se na deliberação do júri presidido por António Cruz Serra, reitor da Universidade de Lisboa.
Nascido em Lisboa em 1938, Jorge Calado licenciou-se em engenharia químico-industrial no IST, em 1961. Passou três anos na Universidade de Oxford, no Reino Unido, onde se doutorou em termodinâmica em 1970. Na mesma década, iniciou em Portugal um grupo na área da termodinâmica, onde criou escola nesta área do conhecimento.
Por cá, fico conhecido pelas suas aulas, muitas vezes dadas em jardins, “tão elegantes e lógicas que quase faziam com que os alunos acreditassem que não valia a pena estudar”, lê-se na proposta conjunta do IST e da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa de candidatura ao prémio. “Um professor tem de ser um actor. É a única forma de fascinar o auditório”, explicou Jorge Calado numa entrevista dada à Sociedade Portuguesa de Química em 2003.
No documento da proposta, refere-se ainda o curso sobre artes e ciências que Jorge Calado deu na Universidade de Cornell, nos Estados Unidos. Além disso, foi crítico cultural do semanário Expresso na área da ópera desde 1986, criou a Colecção Nacional de Fotografia para o Ministério da Cultura e foi consultor da Expo 98 e em 2012 publicou o livro aclamado Haja luz! Uma História da Química Através de Tudo (editado pelo IST), onde mistura a arte com a ciência.
“Acredito firmemente (…) que há apenas uma única cultura e que tudo se encontra relacionado”, explicava o cientista na mesma entrevista, quando lhe perguntaram porque cruzava estes dois mundos. Mas punha a termodinâmica num local especial: “É a ciência da energia. Nada acontece sem energia, a energia é fundamental para tudo. A termodinâmica permeia a vida.”