Perto de 175 mil alunos inauguram novo modelo de avaliação do ensino básico
Provas de aferição arrancam nesta segunda-feira para os estudantes do 2.º, 5.º e 8.º ano e trazem duas novidades: a oralidade será pela primeira vez avaliada a Português e os pais vão saber tudo sobre o desempenho dos filhos.
Cerca de 175 mil alunos vão estrear, nesta segunda-feira, o novo modelo de avaliação do ensino básico implementado pelo Ministério da Educação durante este ano lectivo. Os estudantes do 2.º, 5.º e 8.º ano fazem primeiro a prova de aferição de Português e, na quarta-feira, respondem à de Matemática. As mudanças tornaram mais tranquila a vida das escolas e das famílias nesta temporada de exames nacionais, que se prolonga até ao final do próximo mês.
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Cerca de 175 mil alunos vão estrear, nesta segunda-feira, o novo modelo de avaliação do ensino básico implementado pelo Ministério da Educação durante este ano lectivo. Os estudantes do 2.º, 5.º e 8.º ano fazem primeiro a prova de aferição de Português e, na quarta-feira, respondem à de Matemática. As mudanças tornaram mais tranquila a vida das escolas e das famílias nesta temporada de exames nacionais, que se prolonga até ao final do próximo mês.
No início do ano, o Governo decidiu criar estas provas de aferição em substituição dos exames nacionais do 4.º e 6.º ano. Os novos testes padronizados não contam para a nota dos alunos, mas vão permitir às escolas e às famílias perceberem o nível das aprendizagens dos alunos. Neste primeiro ano do novo modelo, a tutela criou um regime transitório que deu às escolas a possibilidade de escolherem se queriam ou não realizar estas novas provas este ano.
Segundo os dados do Ministério da Educação, 57% das escolas decidiram realizar as provas. Ou seja, há provas de aferição do 2.º, 5.º e 8.º ano em cerca de 2800 escolas de todo o país. A tutela considera, em comunicado, que esta é “uma amostra significativa para proceder a uma aferição válida do sistema”.
“Mais tranquilidade”
Para as escolas, a logística das provas de aferição “não é muito diferente” da necessária para a realização dos exames nacionais, explica o dirigente da Associação Nacional de Directores de Escolas Públicas, Filinto Lima. É necessário mobilizar professores vigilantes e garantir as salas necessárias para o desdobramento das turmas de maiores dimensões. No entanto, as regras não são tão apertadas como as que vigoraram no ano passado para o 4.º e 6.º ano. Por exemplo, os professores podem estar nas salas dos seus alunos e a realização das provas não implica a suspensão das aulas para os estudantes dos restantes anos lectivos. “Haverá mais tranquilidade nas escolas”, antecipa o presidente da Associação Nacional de Directores de Escolas, Manuel Pereira.
Essa interrupção das aulas para os restantes alunos do 1.º e 2.º ciclo nos dois dias destinados aos exames do 4.º e 6.º ano “criava perturbação nas famílias”, recorda o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), Jorge Ascensão, e, por isso, a mudança de regras “foi bem acolhida”. Outra mudança elogiada por pais e professores é a do calendário: as provas de aferição acontecem na última semana do ano lectivo, ao contrário dos exames, que eram realizados durante o mês de Maio, provocando uma descompressão dos alunos nos dias de aulas seguintes.
As escolas já recebiam um relatório acerca dos resultados dos seus alunos nos exames nacionais, mas este ano também os pais e encarregados de educação dos alunos que fazem as provas de aferição do ensino básico vão receber um relatório individual com informações sobre o desempenho dos estudantes em cada uma das disciplinas avaliadas. Apesar de estas provas não terem impacto directo para as notas, o Instituto de Avaliação Educativa (Iave) vai dar conta dos pontos fortes e fracos de cada estudante. “É uma vantagem para quem fizer as provas, porque terá uma análise exterior àquilo que foi feito durante o ano e não apenas as notas internas dos alunos”, valoriza o dirigente da Confap.
Avaliar a oralidade
No caso do 2.º ano, além de Português hoje e de Matemática na quarta, os alunos vão responder também nas duas provas a questões de Estudo do Meio. Em ambos os dias, os alunos do 1.º e 2.º ciclo fazem as provas de manhã (10h30) e os mais velhos durante a tarde (14h30).
Todas as provas têm a duração de 90 minutos. No 2.º ano, o teste divide-se em duas partes de 45 minutos, com 20 minutos de intervalo. Na prova de Matemática do 8.º ano há um intervalo técnico de cinco minutos, 35 minutos depois do início da prova, para recolha das calculadoras. Nos restantes casos não há lugar a intervalos.
Pela primeira vez em provas nacionais de Português, será avaliada a compreensão da componente de oralidade, domínio que não tem feito parte das provas em avaliação externa, através de exercícios que serão aplicados na primeira parte das provas.
As provas de aferição inauguram a temporada de provas nacionais na Educação, que se prolonga até 22 de Julho, com os exames finais do 3.º ciclo (9.º ano) e ensino secundário (11.º e 12.º). A primeira fase decorre de 15 a 27 de Junho, enquanto a segunda fase começa a 15 de Julho.