Bernie Sanders avisa que as primárias só terminam na convenção

As atenções já estão viradas para as primárias Democratas na Califórnia, onde Hillary Clinton pretende assegurar a nomeação. Mas o senador promete uma convenção partidária “disputada”.

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Bernie Sanders discursa em Los Angeles durante o fim-de-semana Chris Delmas / AFP

Com a nomeação da sua adversária praticamente garantida, o senador Bernie Sanders está a tentar estender a luta pela nomeação do candidato presidencial do Partido Democrata para a convenção partidária. O senador do Vermont avisou os meios de comunicação social que a corrida não termina na terça-feira.

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Com a nomeação da sua adversária praticamente garantida, o senador Bernie Sanders está a tentar estender a luta pela nomeação do candidato presidencial do Partido Democrata para a convenção partidária. O senador do Vermont avisou os meios de comunicação social que a corrida não termina na terça-feira.

São seis os estados que vão às urnas esta terça-feira para encerrar de forma praticamente definitiva a corrida eleitoral dos Democratas (a 14 de Junho é a vez de Washington D.C., cujos 20 delegados pouco ou nada podem alterar). Na madrugada de segunda-feira contam-se os votos em Porto Rico. Mas será na Califórnia, onde estão em jogo 548 delegados, que as atenções se irão centrar.

As últimas sondagens têm mostrado uma crescente aproximação entre os dois candidatos Democratas na Califórnia, um estado onde Hillary Clinton dispunha de uma considerável vantagem há algumas semanas. Uma projecção da Universidade da Califórnia do Sul para o LA Times publicada na sexta-feira atribuía uma ligeira vantagem a Sanders, 44 contra 43%.

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Uma derrota de Clinton por números desta ordem nunca seria trágica em termos meramente aritméticos. A ex-secretária de Estado já arrecadou mais de 1700 delegados nos vários estados que foram a votos, contra os cerca de 1500 obtidos por Sanders, pelo que, num sistema proporcional como o da Califórnia, a diferença nunca seria elevada.

Mas é indesmentível que uma vitória num dos estados mais importantes no xadrez político norte-americano tem um significado que nenhuma das candidaturas desvaloriza. “Clinton gostaria de ir para convenção com o vento a seu favor e derrubar a percepção de que não entusiasma os Democratas”, disse à Reuters o estratega do partido Rodell Mollineau.

Para Sanders tudo se joga agora na Convenção Nacional Democrata em Filadélfia, que começa a 25 de Julho, e que o senador garante que será ser “disputada”. “Ouço notícias de que a secretária Clinton disse que tudo irá terminar na terça-feira à noite. Ouço que os media, depois de saírem os resultados de Nova Jérsia, vão declarar que tudo está acabado. Isso simplesmente não é correcto”, afirmou Sanders numa conferência de imprensa no sábado, citado pelo Washington Post.

Em termos teóricos, o senador tem razão. Em Filadélfia vai estar em disputa o apoio de cerca de 600 “super-delegados” — que, ao contrário dos delegados, não têm a sua opção vinculada aos resultados de cada primária, podendo escolher livremente em quem depositam o seu voto. E apesar de estar muito próxima de garantir o apoio necessário para assegurar a nomeação Democrata, Clinton está já a contar com a maioria destes “super-delegados”. De acordo com a contagem do New York Times, a antiga secretária de Estado terá garantido 544, contra apenas 46 de Sanders.

Mas a verdadeira intenção de Sanders — e que tem servido de justificação para se manter na corrida até ao final — é a de influenciar ao máximo o programa eleitoral de Clinton, obrigando-a a aceder a algumas das suas principais preocupações, sobretudo no que toca ao controlo das transacções financeiras em Wall Street.