Facebook quer compreender tudo o que as pessoas escrevem
Empresa apresentou um sistema de inteligência artificial que pode analisar milhares de textos por segundo.
O Facebook já conhece as preferências pessoais de milhões de utilizadores. Agora, quer perceber exactamente o que dizem de cada vez que publicam ou enviam uma mensagem na rede social.
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O Facebook já conhece as preferências pessoais de milhões de utilizadores. Agora, quer perceber exactamente o que dizem de cada vez que publicam ou enviam uma mensagem na rede social.
A empresa apresentou o DeepText, um sistema de inteligência artificial capaz de analisar milhares de publicações por segundo, em 20 línguas e com “uma precisão quase humana”. As aplicações são várias: se o Facebook perceber que alguém está a tentar vender um carro, pode sugerir-lhe comprar um anúncio; se identificar um discurso de ódio, pode removê-lo imediatamente; se souber que a pessoa precisa de ir a algum sítio, pode sugerir-lhe chamar um Uber, uma das empresas que trabalha com a rede social.
“O texto é a principal forma de comunicação no Facebook. Perceber as várias formas em que o texto é usado no Facebook pode ajudar-nos a melhorar as experiências das pessoas com os nossos produtos, seja apresentar mais do conteúdo que as pessoas querem ver ou filtrar conteúdo indesejável, como spam”, explica a empresa.
Actualmente, o DeepText já está a ser usado no Facebook Messenger, que recentemente passou a ter um sistema de inteligência artificial que permite a empresas criarem mecanismos de conversação automática com clientes e utilizadores – os chamados chatbots. Num exemplo mostrado num vídeo, um utilizador escreve várias frases relacionadas com apanhar um táxi, mas apenas algumas indicam intenção de ir a algum lado. Apenas nestes casos, o Messenger sugere que o utilizador clique num link para um serviço de transporte.
A compreensão da linguagem natural – aquela que é usada por humanos – é um dos desafios em que muitas empresas de tecnologia, incluindo gigantes como a Microsoft, Google e Apple, têm estado a trabalhar. Todas estas empresas têm posto no mercado assistentes pessoas digitais em vários formatos, desde aplicações de telemóvel (como a Siri, do iPhone, e a Cortana, no Windows) a dispositivos dedicados (como o Google Home e o Amazon Echo). Estes assistentes procuram entender aquilo que os utilizadores lhes perguntam e fornecer informações adequadas ou realizar as tarefas pretendidas, como reservar uma viagem ou uma mesa num restaurante.
O Facebook também espera usar a tecnologia para melhorar o conteúdo que mostra aos utilizadores, um factor importante para os manter mais tempo dentro da rede e a interagir com a plataforma. “Muitas celebridades e figuras públicas usam o Facebook para encetarem conversas com o público. Estas conversas muitas vezes conseguem centenas ou mesmo milhares de comentários. Encontrar os comentários mais relevantes em várias línguas e manter a qualidade dos comentários é hoje um desafio”, observa a empresa.