Refood diz que foi despejada de Santa Maria Maior, junta garante que não

Após a rescisão de contrato do espaço cedido pela Junta de Santa Maria Maior, a Refood tem feito a distribuição na Praça do Martim Moniz. A responsável pelo núcleo da associação diz-se surpreendida, o presidente da Junta de Freguesia afirma que era algo esperado.

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Há dois meses que o núcleo da Refood de Santa Maria Maior distribui as refeições na Praça do Martim Moniz. Miguel Manso Miguel Manso

“Fomos apanhados de surpresa, a Junta de Freguesia nunca nos fez qualquer abordagem”. É desta forma que Marisa Leirião, responsável pela Refood de Santa Maria Maior reage ao protocolo de rescisão de contrato, que gerou a saída do núcleo do Poço do Borratém, junto ao Martim Moniz. O presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, Miguel Coelho, garante que “não houve qualquer despejo, houve rescisão”, pelo que não era necessário qualquer esclarecimento.

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“Fomos apanhados de surpresa, a Junta de Freguesia nunca nos fez qualquer abordagem”. É desta forma que Marisa Leirião, responsável pela Refood de Santa Maria Maior reage ao protocolo de rescisão de contrato, que gerou a saída do núcleo do Poço do Borratém, junto ao Martim Moniz. O presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, Miguel Coelho, garante que “não houve qualquer despejo, houve rescisão”, pelo que não era necessário qualquer esclarecimento.

Há dois meses que os voluntários do núcleo da Refood em Santa Maria Maior, uma associação que recolhe alimentos desperdiçados em restaurantes e cafés para os dar a pessoas carenciadas, têm de montar e desmontar as mesas de apoio à distribuição dos alimentos junto de toldos e de um quiosque na Praça do Martim Moniz. “Estamos demasiados expostos. É uma zona com uma população carente e com uma população flutuante também muito carente. Todos nos pedem pão”, afirma Marisa Leirião. A responsável pelo núcleo lamenta que para evitar o desperdício se gere mais desperdício. “Com este calor e ao ar livre, o pão endurece muito mais facilmente e não é consumível”.  Ainda assim, num espaço que considera “mínimo” e que compromete a qualidade do serviço, as áreas de armazenamento ainda não são uma questão, embora tenham diminuído.

As condições oferecidas naquele espaço têm gerado um problema que tem preocupado a associação: a diminuição de voluntários. “Temos voluntários a pedir só para voltar depois do Verão”, revela Marisa Leirião. Do edifício cedido pela Junta de Freguesia, recorda as obras realizadas pela Refood e pelos seus parceiros: desde a manutenção do chão à electricidade. Do espaço apenas levaram os equipamentos e porque eram móveis. “Não iríamos arrancar o chão”, ironiza a responsável.

Se da parte da Refood a rescisão foi uma surpresa recebida através de uma carta sem qualquer explicação, para a junta era previsível. “Foi uma situação prevista no protocolo e assinada por ambas as partes”, afirma Miguel Coelho, presidente da Freguesia de Santa Maria Maior. Era algo a que a “junta tinha direito”, diz. A responsável do núcleo revela que ainda houve tentativas de diálogo mas não existiu qualquer resposta da parte da junta.

“Essa cláusula não obrigava a nenhum tipo de explicação”, revela. Mesmo assim, Miguel Coelho acrescenta que “as expectativas não se concretizaram”. Sem querer entrar em mais pormenores, afirma que estas eram as de “servir a população”, algo que não aconteceu. Sobre o futuro do espaço, o autarca apenas adianta que “vai ser utilizado pela junta”.

Também a Refood de Santa Maria Maior tem perspectivas de se vir a instalar num novo espaço. Sem referir concretamente o local, Marisa Leirião informa que se trata de uma loja devoluta na Baixa e que ainda necessita de obras. Com isto, a associação garante que vai continuar em força a sua acção. 

Texto editado por Ana Fernandes