Purity, de Jonathan Franzen, vai ser uma série com Daniel Craig
Projecto foi muito disputado e torna-se a primeira adaptação de Franzen para televisão depois do falhanço com Correcções de Noah Baumbach.
Depois do falhanço que foi tentar adaptar Correcções para televisão, o mais recente romance de Jonathan Franzen, Purity, vai mesmo ser uma série – com Daniel Craig a bordo e no canal Showtime, que actualmente exibe títulos de sucesso como Penny Dreadful ou Segurança Nacional e que bateu operadores como o Netflix. Será a primeira série americana do potencial ex-Bond, que, aliás, não faz televisão desde a década de 1990.
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Depois do falhanço que foi tentar adaptar Correcções para televisão, o mais recente romance de Jonathan Franzen, Purity, vai mesmo ser uma série – com Daniel Craig a bordo e no canal Showtime, que actualmente exibe títulos de sucesso como Penny Dreadful ou Segurança Nacional e que bateu operadores como o Netflix. Será a primeira série americana do potencial ex-Bond, que, aliás, não faz televisão desde a década de 1990.
A série foi disputadíssima, noticia a Variety, com canais como o FX e o serviço de streaming Netflix a tentar garantir os seus direitos de transmissão. Mas, encontrada a casa, a imprensa norte-americana noticiou então que está confirmada a existência de uma série de 20 episódios para dois anos (portanto, duas temporadas) com base no romance muito elogiado de Franzen.
O sucessor de Liberdade é a história de Purity, uma jovem norte-americana com uma relação tensa com a sua mãe misteriosa, mas também de personagens como Andreas Wolf, que será interpretado por Daniel Craig, e de várias personagens que levam a narrativa desde Berlim Leste à selva sul-americana, passando pelas duas costas americanas, com o amor filial, o idealismo, a honra, lealdade, crime, tecnologia e vigilância como temas e eventos. “Purity, de Jonathan Franzen, é um romance americano épico com o pulsar da energia de um thriller psicológico. Li-o numa semana”, comentou à Variety o presidente da Showtime, David Nevins.
Por isso, diz, vieram nomes de talento para o projecto da sua adaptação como o produtor Scott Rudin (Rede Social, Moneyball) ou o próprio Franzen como produtor executivo e guionista com o dramaturgo David Hare (As Horas, O Leitor), além do realizador de toda a série, Todd Field (In the Bedroom – Vidas Privadas, Little Children – Pecados Íntimos). O projecto deve entrar em produção no próximo ano e não há ainda data de estreia para a sua primeira temporada, escreve a Variety, mas Franzen disse em Maio à Vogue Paris, numa entrevista a propósito do lançamento de Purity em França, que "será exibida, o mair tardar, no Outono de 2017".
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Daniel Craig, cujo papel mais conhecido na última década foi o de James Bond em quatro filmes do franchise 007, tem sido mais do que frontal no seu desejo de abandonar a personagem de Casino Royale ou Spectre. “Preferia cortar os pulsos” [do que voltar a ser Bond]”, disse o actor à revista Time Out em Outubro, explicando que por agora só queria “avançar” e que não estava em negociações para nada e que só faria outro filme “por dinheiro”. Apesar das notícias recentes em torno de candidatos ao papel, espontâneos como Emilia Clarke (a Daenerys Targaryen de Guerra dos Tronos) ou preferidos dos fãs (como Tom Hiddleston ou Idris Elba), é Craig que continua a aparecer como o actor que os rumores apontam como protagonista de Bond 25, o filme de data redonda ainda sem estreia marcada nem muito mais dados, no site IMDB.
Correcções (2001) chegou a ser um projecto televisivo. Os nomes eram igualmente sonantes – Ewan McGregor, Maggie Gyllenhaal no elenco, Noah Baumbach a realizar – e com Rudin também como produtor. Mas não passou de um projecto, ao contrário da empreitada em torno de Purity, que se tornou numa encomenda directa de série sem uma experiência de um episódio-piloto ou de um punhado de episódios, tendo sido alegadamente rejeitado pela HBO em 2012. "Escrevi uma temporada", contou Franzen à Vogue Paris. "Filmaram um episódio-piloto e morreu. Tive uma alegria delirante quando soube que não ia ser feita. Mas gostei de fazer um guião", confessa, indicando que já escreveu dois argumentos para a série Purity.
“[Correcções] não era para mim”, admitiu Baumbach no ano passado sobre o projecto. “Acho que o filmei [o episódio-piloto] demasiado como um filme. A verdadeira razão pela qual acho que não prosseguimos com a série foi porque era demasiado complexa e era muito cara para o tipo de série que ia ser”, disse ao programa Studio 360 da rádio WNYC.
Purity chegou ao mercado em Setembro de 2015, saudado por críticas positivas como a do New York Times, e por críticas negativas da NPR ou mistas como a da Economist. O PÚBLICO atribuiu cinco estrelas ao romance, “uma crítica mordaz a esta sociedade que apela à transparência absoluta e vive refém de uma rede tão perversa quanto os regimes totalitários”.