Orçamentos rectificativos “não são um drama”, o importante “é haver um rumo”, diz Marcelo
O Presidente desdramatizou as previsões em baixa da OCDE e garantiu que o Governo vai “necessariamente” cumprir o défice de 3%.
Marcelo Rebelo de Sousa desdramatizou esta quarta-feira as previsões da OCDE relativamente ao crescimento da economia portuguesa, afirmando que elas se enquadram na realidade europeia e dos países da OCDE e garantindo que Portugal irá cumprir as metas orçamentais e chegar ao fim do ano com um défice inferior a 3%. Se para isso for necessário um Orçamento Rectificativo, o Presidente afirma que isso acontecerá sem qualquer “drama”.
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Marcelo Rebelo de Sousa desdramatizou esta quarta-feira as previsões da OCDE relativamente ao crescimento da economia portuguesa, afirmando que elas se enquadram na realidade europeia e dos países da OCDE e garantindo que Portugal irá cumprir as metas orçamentais e chegar ao fim do ano com um défice inferior a 3%. Se para isso for necessário um Orçamento Rectificativo, o Presidente afirma que isso acontecerá sem qualquer “drama”.
Saindo em defesa do Governo, o chefe de Estado sublinhou que “o fundamental é haver um rumo”. E ele é muito simples, disse: “Conter o défice abaixo de 3% e garantir o rigor financeiro, saindo do procedimento por défice excessivo. É um compromisso que este Governo vai necessariamente cumprir”, afiançou, e que salientou ser um rumo comum ao Governo anterior. E desdramatizou: “Já aconteceu com governos anteriores: se isso obriga a ajustamentos, se obriga a rectificações, se obriga a Orçamentos Rectificativos, eles aparecem, não são um drama, são fruto de lucidez”.
Marcelo lembrou que, na terça-feira, os números do Instituto Nacional de Estatística foram “melhores que o esperado” e salientou que as contas da OCDE são ainda previsões. “Há uma coisa comum: as previsões por toda a Europa estão a ser revistas para baixo. Têm de ser acompanhadas de factos”, disse.
Mas adiou a necessidade de rever os números contidos no Orçamento do Estado. “A execução orçamental está dentro do que estava programado”, afirmou. “Veremos os factos daqui a um mês, dois ou três confirmam as previsões. O que for preciso ir fazendo em cada momento daqui até ao fim do ano será feito”.
O Presidente da República falava aos jornalistas em Sintra, no final de uma visita à Base N.º 1 da Força Aérea, o último ramo militar que visitou desde que tomou posse de um cargo em que é também, por inerência, Comandante Supremo das Forças Armadas. Ali passou algumas horas, quase sempre entre aviões, mas resistiu a qualquer trocadilho ou piada política. Nem sequer quis experimentar o sofisticado simulador de voo em que os estudantes da Academia da Força Aérea praticam: “Nunca fiz essa experiência, seria insensato fazê-la sem a formação básica”, disse.
Atento às explicações, não apressou a demonstração, demorou-se entre os Chipmunks e os Epsilon de treino dos pilotos aviadores, e entrou em vários dos aviões estacionados na Base Aérea, incluindo os famosos Falcon que estão à disposição do Governo e da Presidência da República para deslocações de Estado. Marcelo ainda não recorreu nenhuma vez ao seu uso, mas horas depois iria fazer o seu primeiro voo num avião da Força Aérea: um P-3C, um grande avião de patrulhamento marítimo que, juntamente com os submarinos, patrulha a Zona Económica Exclusiva do país.
Seria a última etapa da visita à Força Aérea e juntaria o útil ao agradável: a caminho do Porto, onde na quinta-feira tem agenda oficial, o Presidente teria oportunidade de ver, em pleno voo nocturno, todas as capacidades da aeronave, com o radar de grande alcance, ao mesmo tempo que participaria numa missão de defesa aérea: o P-3C iria simular tratar-se de um avião não-identificado, e como tal seria interceptado pelos caças F-16.
Segundo o Presidente da República, na Força Aérea não haverá, como no Exército ou na Marinha, necessidades tão prementes de equipamento, uma vez que o seu reforço já está previsto na Lei de Programação Militar, mas salientou que algumas das naves em utilização vão ser descontinuadas e que a sua substituição terá, a prazo, de ser acautelada.