Ministro compreende médicos que ameaçam greve, mas não há dinheiro
Clínicos exigem voltar a receber a 100% o valor das horas extraordinárias que trabalham.
O ministro da Saúde disse nesta terça-feira entender as reivindicações dos médicos que ameaçam fazer greve se não conseguirem a reposição do pagamento das horas extraordinárias a 100%, mas alegou que este ano tal não será possível por razões orçamentais.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O ministro da Saúde disse nesta terça-feira entender as reivindicações dos médicos que ameaçam fazer greve se não conseguirem a reposição do pagamento das horas extraordinárias a 100%, mas alegou que este ano tal não será possível por razões orçamentais.
Adalberto Campos Fernandes, que falava aos jornalistas no final da sessão de apresentação do 1.º Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico, mostrou-se confiante de que os médicos não vão avançar para a greve.
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) anunciou na segunda-feira que vai solicitar a intervenção do primeiro-ministro e dos grupos parlamentares para a reposição do pagamento a 100% das horas extraordinárias, actualmente pagas a 50%.
Segundo o secretário-geral do SIM, e em último caso, os clínicos podem avançar para uma greve já que é grande o descontentamento na classe médica.
"É uma preocupação eticamente legítima", disse o ministro, para quem "há algum grau de injustiça na forma como os médicos são pagos".
Contudo, o governante frisou que a lei do orçamento, que está em vigor, não permite que, pelo menos em 2016, esta questão sofra mudanças.
Adalberto Campos Fernandes apelou aos médicos para que tenham "compreensão" e disse: "Não podemos dar tudo a todos ao mesmo tempo".
O ministro referia-se nomeadamente à reposição das 35 horas no sector da saúde, sobre a qual disse haver condições para que decorra normalmente.
Questionado sobre alegadas dificuldades neste processo junto das Finanças, Adalberto Campos Fernandes referiu que há "coerência e consistência" dentro do Governo sobre esta e as outras matérias.