Polícia Militar faz raide em favela do Rio onde menor foi violada

No Morro do Barão, onde o crime terá ocorrido, houve troca de tiros e uma pessoa foi detida.

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Protesto contra as violações no Rio de Janeiro VANDERLEI ALMEIDA/AFP

A Polícia Militar montou uma operação policial numa favela da zona oeste do Rio de Janeiro para tentar identificar e capturar os homens que participaram numa violação colectiva de uma menor de 16 anos. O crime aconteceu na semana passada mas só se tornou conhecido há dois dias e está a chocar o Brasil.

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A Polícia Militar montou uma operação policial numa favela da zona oeste do Rio de Janeiro para tentar identificar e capturar os homens que participaram numa violação colectiva de uma menor de 16 anos. O crime aconteceu na semana passada mas só se tornou conhecido há dois dias e está a chocar o Brasil.

A rapariga terá sido violada por 33 homens no morro do Barão segundo o depoimento que fez à polícia. "Eu me sinto um lixo, não queria que outra pessoa se sentisse assim", disse a adolescente ao jornal O Globo, assegurando que não se lembra como é que acordou noutra casa. "Fui a um baile [Depois] Fui ao encontro do meu ex na casa dele e dormi. Quando acordei, acordei em outra casa. A luz estava acesa e havia um montão de gente em cima de mim", contou, relatando que foi violada também com objectos e que existem vídeos desse momento. Foi precisamente a publicação de vídeos do alegado crime nas redes sociais que alertou para o caso.

Segundo a Polícia Militar, 70 agentes de sete batalhões participam na operação, com apoio de helicóptero, veículos blindados e do batalhão de acção com cães. Além de tentar capturar os suspeitos, a acção visa “dar maior sensação de segurança à população”, segundo um comunicado, citado pelo jornal Estadão. Foi detido um suspeito mas não foi divulgada a identificação. 

Quando os agentes entraram no território ocorreram disparos, mas não houve feridos. Já na sexta-feira, a Polícia Civil tinha cercado a casa onde terá ocorrido o crime para fazer investigação.

Apesar de já terem sido ouvidos três pessoas que estiveram com a adolescente na noite do crime, entre os quais o namorado, a Polícia Civil ainda não concluiu que se tratou de uma violação colectiva. Para já aponta a existência de crime de exposição de cena pornográfica, que é punido com dois a seis anos de prisão. Tanto o namorado, Lucas Perdomo, como Raí Sousa, o dono do telemóvel onde foi gravado o vídeo do crime, admitiram ter tido relações sexuais com a jovem mas asseguraram que foi com consentimento. 

A casa onde terá ocorrido o crime é conhecida como "abatedouro", um local onde são levadas meninas para relações sexuais. 

A divulgação de um dos vídeos onde um suspeito se gaba de a adolescente ter sido violada por 30 homens levou a uma onda de indignação e de solidariedade para com a vítima.