Forças nucleares norte-americanas ainda usam disquetes
Computadores de 1970 são usados no departamento que controla os mísseis intercontinentais, os bombardeiros nucleares e os aviões de reabastecimento aéreo.
Em 2016, as disquetes de 8 polegadas, que remontam aos primórdios dos sistemas informáticos, ainda fazem parte do quotidiano dos serviços de defesa nuclear dos Estados Unidos da América.
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Em 2016, as disquetes de 8 polegadas, que remontam aos primórdios dos sistemas informáticos, ainda fazem parte do quotidiano dos serviços de defesa nuclear dos Estados Unidos da América.
Um relatório do Government Accountability Office (GAO), um organismo equivalente ao Tribunal de Contas, revela que ainda utilizam computadores antigos com leitor de disquetes.
“O Departamento de Defesa utiliza disquetes de 8 polegadas no sistema que controla as funções operacionais das forças nucleares nacionais”, como “os mísseis intercontinentais, os bombardeiros nucleares e os aviões de reabastecimento aéreo”, descreve o relatório.
As disquetes são utilizadas em computadores IBM series/1, datados dos anos 1970, precisa o relatório, que se debruça sobre o estado dos sistemas informáticos na administração federal norte-americana.
Em declarações à AFP, uma porta-voz do Pentágono, afirmou que este sistema “ainda se mantém em uso porque, em suma, ainda funciona”. O Departamento de Defesa já reagiu ao relatório, assegurando que previa “actualizar os seus sistemas de armazenamento de dados e computadores até ao final de 2017”, bem como substituir todo o sistema informático até 2020.
O relatório indica ainda que os custos operacionais e de manutenção destes sistemas ultrapassados representam mais de 75% das despesas de informática e redes na administração federal, num total anual de aproximadamente de 54 mil milhões de euros. Um valor três vezes maior do que aquele que é gasto no investimento em sistemas informáticos modernos.
O GAO destaca ainda outros exemplos de ferramentas informáticas ultrapassadas que continuam em uso na administração federal, como é o caso da agência encarregada dos veteranos de guerra, onde ainda se utilizam programas que recorrem à antiga linguagem de programação Cobol.