Casas modulares portuguesas na montra da Bienal de Veneza

O Sistema Gomos, desenvolvido por Samuel Gonçalves do estúdio Summary, vai estar presente na Bienal de Arquitectura de Veneza 2016 com casas modulares de betão armado

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O estúdio de arquitectura Summary, do Porto, vai apresentar um sistema que permite a construção e montagem de edifícios em cerca de três meses na edição 2016 da Bienal de Veneza, que arranca este sábado, 28 de Maio, e se estende até 27 de Novembro.

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O estúdio de arquitectura Summary, do Porto, vai apresentar um sistema que permite a construção e montagem de edifícios em cerca de três meses na edição 2016 da Bienal de Veneza, que arranca este sábado, 28 de Maio, e se estende até 27 de Novembro.

A "start-up" Summary, fundada pelo arquitecto Samuel Gonçalves, em 2015, é o estúdio "mais jovem" convidado para participar nesta edição da Bienal de Veneza, de acordo com comunicado sobre a iniciativa. A instalação apresentada, intitulada "Infrastructure — Structure — Architecture", propõe "uma resposta concreta para um dos principais desafios da arquitectura contemporânea: acelerar e simplificar os processos construtivos", lê-se ainda no documento.

Esta apresentação tem por base o projecto Gomos, um sistema modular que permite a construção de edifícios de betão armado num período "seis a sete meses inferior à média de tempo de construção no país, sem comprometer a qualidade estrutural do sistema", indicou à Lusa Samuel Gonçalves. "É um sistema de construção flexível e evolutivo, baseado em módulos de betão", indicou o arquitecto, explicando que "o processo [se] divide em quatro fases: a produção da estrutura, a instalação dos equipamentos e acabamentos, o transporte e a montagem."

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Os módulos, já com acabamentos exteriores e interiores, são "produzidos em fábrica durante três meses e montados no local em cerca de três dias", referiu. "As pessoas movem-se cada vez mais rápido em termos globais", reflectiu o jovem arquitecto, mas, por outro lado, "há uma crescente necessidade de imediatismo por parte de uma sociedade acelerada que todos os dias recorre a marcas e serviços que a satisfaçam". Esses dois factores "colocam o mesmo desafio à arquitectura, que passa pela optimização do tempo e de recursos, a grande chave para este projecto", acrescentou.

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A presença na Bienal de Veneza vai permitir à equipa do Summary ter contacto com outros estúdios, arquitectos e técnicos, bem como mostrar o trabalho desenvolvido, visto ser este "um excelente espaço para partilha de experiências". A ideia para a criação da "start-up" surgiu antes de Samuel Gonçalves concluir o curso na Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, tendo sido concretizada quando reuniu as "condições financeiras e experiência" necessária para tal, há cerca de um ano. Desde a fundação, a empresa — finalista do Prémio Nacional das Indústrias Criativas do ano passado — está incubada no Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto (UPTEC) e da equipa fazem parte Gonçalo Vaz de Carvalho e Maria João Freitas. 2015 foi também o ano que viu as primeiras casas do Sistema Gomos serem construídas em Arouca.

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Na Bienal de Arquitctura de Veneza 2016 vão participar outros seis estúdios portugueses (Aires Mateus, Inês Lobo Arquitectos, João Luís Carrilho da Graça, menos é mais, Paulo David e Souto de Moura - Arquitectos) e a representação nacional é marcada pelo projecto de habitação social que Álvaro Siza Vieira fez para a ilha de Giudecca, na década de 1980, com Aldo Rossi. Um ateliê de arquitectura do México, co-fundado pelo português João Boto Caeiro, apresentará projectos de natureza humanitária desenvolvidos na região de Oaxaca. E um grupo de designers e arquitectos, convidados pela Experimentadesign, terá na Bienal a oportunidade de mostrar, pela primeira vez, trabalhos que utilizem a pedra portuguesaRicardo Oliveira Alves, Nelson Garrido e Paulo Moreira vão ainda integrar a exposição “Tempo — Espaço — Existência”, paralela ao evento. 

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