Costa defende candidatura de Guterres e abertura aos refugiados
Esta segunda-feira, primeiro-ministro participa na Cimeira Humanitária das Nações Unidas, em Istambul
O primeiro-ministro, António Costa, participa esta segunda-feira na Cimeira Humanitária das Nações Unidas, em Istambul, para salientar a posição portuguesa de abertura ao acolhimento de refugiados e para promover a candidatura de António Guterres a secretário-geral da ONU.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
O primeiro-ministro, António Costa, participa esta segunda-feira na Cimeira Humanitária das Nações Unidas, em Istambul, para salientar a posição portuguesa de abertura ao acolhimento de refugiados e para promover a candidatura de António Guterres a secretário-geral da ONU.
António Guterres integrará mesmo a comitiva oficial portuguesa presente na cimeira de Istambul, Turquia, juntamente com a secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Teresa Ribeiro.
Durante a sua permanência em Istambul, de acordo com fonte diplomática nacional ouvida pela Agência Lusa, o líder do executivo português terá vários encontros bilaterais com outros chefes de Estado e de Governo presentes na cimeira, tendo como principal objectivo sensibilizá-los para a importância da candidatura do antigo primeiro-ministro socialista ao cargo de secretário-geral das Nações Unidas.
O discurso que António Costa vai proferir na cimeira está previsto para o início da tarde de segunda-feira, ocasião em que deverá reiterar a disponibilidade de Portugal para acolher um número de refugiados acima da quota definida no quadro da União Europeia.
Tal como em anteriores intervenções públicas, Costa também deverá defender a tese de que uma efectiva cooperação europeia é fundamental para a resolução desta crise, demarcando-se assim dos países europeus que têm decidido unilateralmente fechar as suas fronteiras.
Fonte do executivo referiu à agência Lusa que, no quadro do programa de recolocação de refugiados, Portugal disponibilizou-se para receber cerca de 10500 pessoas, das quais 4974 por via de decisões da União Europeia e 5500 em resultado de ofertas bilaterais. António Costa fez formalmente essas ofertas no plano bilateral através de cartas enviadas aos seus homólogos de países mais pressionados pela crise migratória, como a Suécia, a Alemanha, a Áustria, a Itália e a Grécia.
Apesar de Portugal estar geograficamente distante da rota dos cidadãos descolocados em consequência das guerras na Síria e no Iraque, o primeiro-ministro tem colocado este tema dos refugiados como ponto prioritário da sua agenda em visitas oficiais que já realizou à Alemanha (em Fevereiro) e à Grécia (em Abril passado).
Ainda em relação aos programas de recolocação - e em contraste com a actuação de países como a Hungria ou a Croácia -, o Governo português tem também transmitido a mensagem sobre a sua intenção de proporcionar aos refugiados que receber em breve "um contexto de integração mais favorável", designadamente através da oferta de oportunidades de educação e emprego.
Neste domínio, o Governo considera "exemplar" o trabalho já desenvolvido no quadro da iniciativa da Plataforma Global para os Estudantes Sírios - organismo impulsionado pelo antigo Presidente da República Jorge Sampaio desde 2013 e que se tem destacado pela forma como tem inserido estudantes sírios em instituições nacionais de Ensino Superior.
A ideia é que estes estudantes de Ensino Superior, quando terminaram as guerras na Síria e no Iraque, tenham depois as qualificações necessárias para desempenharem funções de responsabilidade nos processos de reconstrução e de estabilização dos respectivos países.