Santo Tirso tem novo museu “dois em um”
Álvaro Siza e Souto de Moura são os autores do Museu Internacional de Escultura Contemporânea e da remodelação do Museu Abade Pedrosa, em Santo Tirso. A inauguração acontece este sábado.
É a conclusão de um projecto nascido há cerca de um quarto de século, quando, em 1990, o escultor Alberto Carneiro desafiou a Câmara Municipal de Santo Tirso a lançar um simpósio de escultura contemporânea na cidade. Dez simpósios depois (1991-2013), que deixaram espalhadas pela terra 54 peças criadas por 53 artistas de todo o mundo – Carneiro é o único escultor repetido, com as obras que deram origem ao programa, Água sobre a terra e O barco, a montanha e a lua (ambas de 1990) –, Santo Tirso conta com uma sede para o seu Museu Internacional de Escultura Contemporânea (MIEC), que é oficialmente inaugurado este sábado.
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É a conclusão de um projecto nascido há cerca de um quarto de século, quando, em 1990, o escultor Alberto Carneiro desafiou a Câmara Municipal de Santo Tirso a lançar um simpósio de escultura contemporânea na cidade. Dez simpósios depois (1991-2013), que deixaram espalhadas pela terra 54 peças criadas por 53 artistas de todo o mundo – Carneiro é o único escultor repetido, com as obras que deram origem ao programa, Água sobre a terra e O barco, a montanha e a lua (ambas de 1990) –, Santo Tirso conta com uma sede para o seu Museu Internacional de Escultura Contemporânea (MIEC), que é oficialmente inaugurado este sábado.
Álvaro Siza e Eduardo Souto de Moura são os autores do novo equipamento, que tem a particularidade de ficar ligado funcionalmente ao antigo Museu Municipal Abade Pedroso, criado no final dos anos 1980. Os dois arquitectos “Pritzker” portugueses foram convidados pela autarquia em 2013 para conceberem o novo edifício, que responderia – diz ao PÚBLICO o seu director, Álvaro Moreira – “à necessidade de reabilitar o museu municipal e criar uma nova sede para o MIEC”.
Numa solução que casa um edifício contemporâneo com a arquitectura barroca do velho Mosteiro de Santo Tirso (classificado como Monumento Nacional em 1982), o novo museu é uma espécie de “dois em um”, ligando as duas valências a partir de uma entrada e um conjunto de espaços comuns: recepção, loja, cafetaria, auditório e sala de reservas.
O conjunto das obras teve um orçamento de 4,6 milhões de euros, comparticipados em 85% por fundos comunitários.
O novo edifício do MEIC tem dois pisos: no primeiro, encontra-se o centro de documentação e de interpretação que dá a conhecer a meia centena de peças espalhadas pela cidade; no subterrâneo, sete salas profusamente iluminadas acolhem as exposições temporárias. A primeira a ter aí lugar, com inauguração também este sábado, reúne 13 peças do escultor Carlos Nogueira (n. Moçambique, 1947), sob o duplo título Casa comprida com árvores dentro (retomando o trabalho por si apresentado no 9.º Simpósio Internacional de Escultura Contemporânea de Santo Tirso, em 2013) e Casa comprida com luz e outras construções.
Com um trabalho em que utiliza materiais como a madeira, a pedra, o ferro ou o vidro, Carlos Nogueira “explora temas como a casa ou o caminho, convocando muitas vezes o espaço habitável e esbatendo as relações tradicionais entre interior e exterior”, diz o comunicado do MEIC a anunciar a exposição. Na sua carreira, o escultor de origem moçambicana representou Portugal na Bienal de Veneza de 1986, na Trienal de Arquitectura de Milão de 1996 e na Quadrienal de Escultura de Riga de 2004. Em 2013, teve uma retrospectiva no Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian, sob o título O Lugar das Coisas.