Director financeiro da Asperbras detido na investigação a José Veiga

Brasileiro responsável pela empresa da qual Veiga também era director no Congo foi detido em Buenos Aires. Portugal aguarda a sua extradição.

Foto
José Veiga Miguel Manso

O director financeiro da Asperbras foi detido em Buenos Aires, esta quinta-feira, no âmbito do caso Rota do Atlântico em que é investigado o ex-empresário de futebol José Veiga, director da mesma empresa de produção de tubos no Congo.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O director financeiro da Asperbras foi detido em Buenos Aires, esta quinta-feira, no âmbito do caso Rota do Atlântico em que é investigado o ex-empresário de futebol José Veiga, director da mesma empresa de produção de tubos no Congo.

A detenção deste suspeito de nacionalidade brasileira — feita pelas autoridades argentinas — ocorreu na sequência de um mandado de detenção internacional “a pedido da Polícia Judiciária”, adiantou aquela polícia.

Neste inquérito, dirigido pelo Departamento Central de Investigação e Acção Penal, investigam-se “crimes de corrupção activa no comércio internacional, branqueamento de capitais, tráfico de influências, participação económica em negócio e fraude fiscal qualificada”, recorda a PJ. Em comunicado, aquela polícia sublinha ainda que as autoridades portuguesas vão aguardar agora o processo de extradição do detido para Portugal.

Veiga foi detido em Fevereiro no contexto desta investigação e foi colocado em prisão preventiva na altura, mas o Tribunal da Relação de Lisboa decidiu recentemente revogar essa medida de coacção, deixando-o em prisão domiciliária até que pague uma caução de 1,2 milhões de euros.

Dinheiro suspeito para comprar banco

A decisão, que revogou a medida aplicada pelo juiz Carlos Alexandre, foi tomada na sequência de um recurso apresentado pela defesa de Veiga. Neste caso é também investigado o sócio de Veiga, Paulo Santana Lopes, irmão do ex-primeiro-ministro, e uma advogada.

No centro da investigação está a compra do Banco Internacional de Cabo Verde. As autoridades congelaram uma transferência de mais de dez milhões de euros, cuja proveniência é suspeita, e que seria o sinal usado pelo consórcio encabeçado por José Veiga para comprar o Banco Internacional de Cabo Verde, um activo do Novo Banco avaliado em 14 milhões de euros.

Os investigadores concentram-se ainda nos milhões de euros que os empresários José Veiga e Paulo Santana Lopes terão angariado em luvas pagas por empresas que queriam investir no Congo, uma antiga colónia francesa, onde ambos viviam. O dinheiro seria depois dividido com altos governantes locais.