E o sucessor de Costa no PS é…

Os socialistas vão às urnas para eleger o secretário-geral, a presidente do Departamento das Mulheres e os delegados ao congresso. Os vencedores antecipados são António Costa e Elza Pais.

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Deputada socialista Elza Pais é a primeira autora do projecto de lei Rui Gaudêncio

António Costa deverá ser reeleito secretário-geral nas eleições directas que decorrem esta sexta-feira e sábado. Após as directas, o líder reeleito para o seu segundo mandato de dois anos será consagrado em congresso, que decorre entre 3 e 5 de Junho, nas instalações da Feira Internacional de Lisboa, no Parque das Nações.

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António Costa deverá ser reeleito secretário-geral nas eleições directas que decorrem esta sexta-feira e sábado. Após as directas, o líder reeleito para o seu segundo mandato de dois anos será consagrado em congresso, que decorre entre 3 e 5 de Junho, nas instalações da Feira Internacional de Lisboa, no Parque das Nações.

Além de Costa, há outro candidato ao cargo de líder do PS: Daniel Adrião, ex-jornalista e empresário, que optou por apresentar uma candidatura como forma de levar ao congresso as ideias que quer ver discutidas pelo partido, na sua moção “Resgatar a democracia, o poder às pessoas”, nomeadamente, a reforma do sistema político e do sistema eleitoral.

Já a moção de António Costa intitula-se “Cumprir a alternativa, consolidar a esperança” e foi redigida pelo eurodeputado Pedro Silva Pereira, com contributos de uma equipa coordenada pela secretária-geral adjunta, Ana Catarina Mendonça Mendes, e composta ainda pelos membros do secretariado João Galamba, João Tiago Silveira e Porfírio Silva, pelo antigo ministro do Trabalho de António Guterres Paulo Pedroso, e também pelo secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos. O ministro adjunto Eduardo Cabrita e o presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, foram os responsáveis pelos conteúdos relativos à descentralização do poder e às eleições autárquicas de 2017.

Refira-se que, de acordo com as regras aprovadas ainda na liderança de António Guterres, apenas os candidatos a líder podem apresentar moções de estratégia global que sejam discutidas nos congressos. Além disso, é prática instituída que as moções sectoriais não são discutidas na reunião magna dos socialistas, transitando o seu debate para uma reunião da comissão nacional eleita em congresso.

O secretário-geral é escolhido apenas pelos socialistas com as quotas em dia, os quais neste momento atingem, segundo a organização do congresso, os 39.862 militantes. Há dois anos, António Costa foi eleito, sem oposição, com 22.700 votos, representando 96%.

Na consulta eleitoral serão também escolhidos pelas secções os 1764 delegados ao 21.º congresso. As eleições decorrem sexta-feira nos Açores, Algarve, Aveiro, Baixo Alentejo, Bragança, Castelo Branco, Évora, Lisboa, Oeste, Guarda, Leiria, Madeira, Portalegre, Setúbal, Viana do Castelo e Vila Real. No sábado, votará a maior federação socialista do país em número de militantes, a do Porto, bem como Viseu, Santarém, Braga, Coimbra, Europa e Fora da Europa.

Em nome da igualdade

Na mesma consulta aos militantes será eleita Elza Pais como presidente do Departamento Nacional das Mulheres Socialistas. Chegou a ser considerada uma candidatura alternativa a este cargo pela antiga deputada Sónia Sanfona, que desistiu.

Elza Pais, que foi presidente da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género e secretária de Estado da Igualdade nos governos de José Sócrates, candidata-se agora ao poder partidário para procurar continuar um trabalho de combate às desigualdades, que iniciou na esfera governamental, como explicou ao PÚBLICO. Elza Pais transformou a antiga Comissão para a Igualdade e para os Direitos das Mulheres em Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género.

A candidata considera que o Departamento de Mulheres do PS precisa de se modernizar e dar um salto para um departamento de Igualdade”. É essa discussão que quer abrir no partido, para levar para dentro do PS “as mudanças e a modernização política das causas da igualdade que foram feitas primeiro na CIG e depois na Secretaria de Estado”, garante.

Em causa está, afirma Elza Pais, mudar uma concepção exclusivista sobre a defesa dos direitos das mulheres, numa época em que estes são inseridos na luta por direitos de género e em concepções de defesa da diversidade de género, “enquanto processos integradores da diversidade da vida”.

Uma das questões centrais que se coloca, afirma a candidata, é que haja uma presença paritária na defesa e na luta pelas questões de género, pois “os problemas das mulheres não são causas só das mulheres”. Por isso, tem uma mandatária, Edite Estrela, e um mandatário, Jorge Lacão, com quem trabalhou no governo.

Elza Pais propõe, na moção “Novas lideranças”, a criação de um conselho consultivo paritário do departamento – ou seja, constituído por mulheres e homens, já que, lembra: “O saber académico sobre questões de género, por exemplo, não é só de mulheres. Não faz sentido desperdiçarmos o saber dos homens, para mais quando nós não queremos ser excluídas.”