Sanders ganha no Oregon, Clinton canta vitória no Kentucky e Trump já não consegue perder
Os dois candidatos do Partido Democrata têm uma diferença de apenas 1900 votos no Kentucky, mas Clinton já declarou vitória. No Partido Republicano, Donald Trump está sozinho e venceu no Oregon com naturalidade.
Bernie Sanders, o representante da ala mais à esquerda do Partido Democrata, continua a surpreender nas primárias com a sua promessa de uma revolução política nos EUA. O senador do Vermont venceu a votação no estado do Oregon com uma margem confortável em relação a Hillary Clinton, mas mantém-se muito atrás no total de delegados necessários para a nomeação.
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Bernie Sanders, o representante da ala mais à esquerda do Partido Democrata, continua a surpreender nas primárias com a sua promessa de uma revolução política nos EUA. O senador do Vermont venceu a votação no estado do Oregon com uma margem confortável em relação a Hillary Clinton, mas mantém-se muito atrás no total de delegados necessários para a nomeação.
Terça-feira foi dia de mais dois estados irem a votos para a escolha dos representantes do Partido Democrata nas eleições para a presidência, marcadas para 8 de Novembro – o Kentucky e o Oregon. O Partido Republicano foi a votos apenas no Oregon.
No lado do Partido Republicano a questão ficou praticamente arrumada a partir do momento em que Donald Trump ficou sozinho na corrida – sem surpresas, o magnata nova-iorquino amealhou a maioria dos delegados no Oregon com 66,8% dos votos. Antes da contagem final, Trump já tinha conquistado 17 dos 28 delegados em jogo no Oregon. Apesar de já não estarem na corrida, o senador Ted Cruz e o governador John Kasich ainda estão nos boletins de voto, e por isso receberam alguns deles: 16,6% para Cruz (três delegados) e 16,5% para Kasich (também três delegados). O destino destes delegados, e dos que foram conquistados por outros candidatos que já suspenderam as suas campanhas, será decidido no arranque da convenção nacional do partido, que se vai realizar em Julho, em Cleveland.
Donald Trump espera apenas que a fase das primárias acabe, no dia 7 de Junho, e que até lá consiga somar os 1237 delegados necessários para ser nomeado sem contestação na convenção nacional. Até agora Trump conquistou 1160 delegados e ainda faltam seis votações, incluindo a Califórnia e os seus 172 delegados.
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No Partido Democrata ainda há luta, apesar de Hillary Clinton levar uma vantagem quase impossível de superar. Na terça-feira, Clinton perdeu no Oregon contra Bernie Sanders, mas como o partido distribui os seus delegados de forma proporcional, o senador não conquistou muito terreno – de acordo com os resultados preliminares, Sanders ficou com pelo menos 28 delegados e Clinton com 24, estando em jogo 61.
No outro estado onde os candidatos do Partido Democrata foram a votos, o Kentucky, a corrida foi muito mais renhida e ainda não há resultados finais. A campanha de Hillary Clinton declarou vitória, mas a diferença é de apenas 1900 votos, ou 0,5% do total. Mesmo que se confirme a vitória de Clinton, os dois candidatos deverão dividir os delegados em jogo no Kentucky – 27 para cada um.
No total, Hillary Clinton tem pelo menos 1767 delegados conquistados durante as primárias (que são obrigados a votar nela na convenção nacional do partido, em Julho, em Filadélfia), e Bernie Sanders tem 1488.
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Apesar de esta vantagem ser, à partida, suficiente para que Clinton chegue ao número mínimo de 2383 para ser nomeada candidata à Casa Branca pelo Partido Democrata, a candidata conta ainda com um trunfo na manga se Sanders conseguir operar uma surpreendente reviravolta e conquistar dois terços dos estados que faltam com margens gigantescas – dos mais de 700 "superdelegados" (delegados que são membros do Partido Democrata e que têm liberdade de voto na convenção), pelo menos 524 já disseram que vão apoiar Clinton, contra apenas 40 que prometeram votar em Sanders.
A próxima votação está marcada para terça-feira, 24 de Maio, e vai ter lugar no estado de Washington, apenas para o Partido Republicano. Os candidatos do Partido Democrata voltam a enfrentar-se a 4 de Junho no caucus das ilhas Virgens – um território administrados pelos EUA que, como tal, pode votar nas primárias mas não participa nas eleições gerais para a escolha do Presidente dos EUA.